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Exposição de fotografias ficará disponível até 1° de junho, com entrada franca, no saguão do Ouro Verde
O Cine Teatro Universitário Ouro Verde, que completou 70 anos, recebe mais uma edição do projeto circulasons ao longo deste mês de maio. E a programação especial foi inaugurada ontem, terça-feira (2), com a abertura da exposição “documenta 70”. Com curadoria de Fernanda Magalhães, a mostra reúne no saguão do Ouro Verde 35 registros fotográficos impressos em tecidos, que exibem a história do espaço e seu público.
Além das fotografias em tecido, a “documenta 70” traz ainda objetos que marcaram a história do Cine Teatro. A entrada é gratuita, e a exposição ficará disponível até 1° de junho, diariamente, das 14h às 22h. O Cine Teatro Ouro Verde fica localizado na Rua Maranhão, 85, no Calçadão de Londrina.
Para compor a mostra, foi feito um levantamento e seleção de imagens nos acervos do Núcleo de Documentação e Pesquisa Histórica (NDPH) da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Sistema de Arquivos da UEL – Divisão de Arquivo Permanente (SAUEL DAP), Museu Histórico de Londrina Pe. Carlos Weiss, FotoClube e de fotógrafos da cidade – Camila Fontes, Edson Holtz, Elvira Alegre, Emerson Dias, Fábio Alcover, Fernanda Magalhães, Gisele Cabrera, Luciano Schmeiske Pascoal, Rei Santos, Valéria Felix, Vivian Honorato e Mario Jorge Tavares.
A fotógrafa e performer Fernanda Magalhães contou que, após a seleção das imagens em acervos públicos e com fotógrafos da cidade, passou a amadurecer a ideia inicial, de privilegiar as imagens que mostrem o dia a dia do Ouro Verde, como um grande ponto de encontro onde grandes coisas acontecem dentro e em seu entorno. “Fiz um recorte pensando que, em geral, essas fotos mais emblemáticas dos grandes espetáculos, ou mesmo do lado arquitetônico, já estão quando pesquisamos em internet e publicações, ou até mesmo no imaginário das pessoas. As pessoas já se lembram por serem as mais publicadas, então busquei por imagens do dia a dia do Ouro Verde, com foco especialmente nas pessoas, na relação do espaço arquitetônico com a cidade e com as pessoas que frequentam ali, transeuntes, funcionários, aulas e ensaios”, detalhou.
Além dos shows, espetáculos, manifestações populares e movimentos sociais, as imagens também relembram o incêndio que acometeu o prédio em 2012. A reinauguração do Ouro Verde foi ocorrer somente em junho de 2017.
Sobre a transposição das fotografias para o tecido, Magalhães contou que pensou nos tecidos de seda pela alta qualidade que as impressões obtêm, dentro do limite de recursos que o projeto dispunha. “A ideia era fazer algo acessível e, ao mesmo tempo, pensando em trazer a leveza e fluidez do material. Esse tecido, como uma relação de toque na pele, dá aconchego. O tecido traz também uma carga de afeto, proximidade, leveza e circulação, eles se movimentam, dobram, e nisso a relação com o próprio circulasons”, explicou.
Na abertura da exposição, já foi possível notar que a proposta atingiu o público como esperado. “Enquanto montávamos, pessoas que passavam já começaram a se relacionar falando do tecido, das emoções, de como a proximidade com o tecido é diferente da imagem em moldura, e pelas pessoas já se procurarem nas fotos. A pessoa se sente participante da exposição, e o Ouro Verde existe em função das pessoas que circulam nesse espaço, seja produzindo, fazendo arte ou assistindo um espetáculo. Todas essas pessoas têm relação com o Ouro Verde e elas se sentiram representadas. Esse foi um feedback que me deixou feliz e realizada, por saber que a intenção de recorte e curadoria funcionou, tanto nas imagens como por imprimir isso em tecido e deixá-las bem acessíveis”, comentou a curadora.
Magalhães acrescentou que a “documenta 70” não segue uma ordem cronológica, o que pode surpreender o público visitante. “Na montagem, escolhi mostrar essas imagens se relacionando uma com as outras, seja pela dinâmica da imagem, cores, intercalando coisas atuais com mais antigas. As únicas imagens que formam um corpo inteiro são as do incêndio, estão em um espaço diferente, como um hiato na história do Ouro Verde. E em destaque, duas fotos do público, com o público concentrado assistindo a um espetáculo e outra ao final, aplaudindo, como uma grande homenagem a quem frequenta o Ouro Verde”, revelou.
Participando da inauguração da mostra, o assessor da Secretaria de Cultura e coordenador do programa Fábrica – Rede Popular de Cultura, Valdir Grandini, classificou a exposição como um varal de imagens que conta a história do Cine Ouro Verde e de seu público. “É de muito bom gosto, de muito critério e de muita poesia, porque é, de uma certa forma, uma leitura da porosidade, da delicadeza e até mesmo da fragilidade da cultura. O Cine Teatro Ouro Verde, que passou por um incêndio e foi reconstruído, é um testemunho dessa fragilidade e, também, um testemunho dessa força, de a gente conseguir retomar o processo, e recolocá-lo aos olhos do público. Essa exposição foi muito feliz na escolha dos materiais, e na maneira de focar a história dos 70 anos do Cine Ouro Verde”, afirmou.
Para Grandini, há uma grande participação do Programa Municipal de Incentivo à Cultura, o Promic, na trajetória do cine teatro. “O Promic é uma espécie de pilar do Ouro Verde, que viabiliza boa parte de tudo que se apresenta ali. E isso é possível porque teve fomento público, teve o reconhecimento do poder público municipal da importância que a cultura tem na vida da cidade. E, principalmente, da importância que o Cine Teatro Ouro Verde tem na vida da cidade. Nosso secretário, Bernardo Pelegrini, diz que o Cine Ouro Verde é a catedral onde nós, da cultura, rezamos. E é verdade, historicamente ele é o lugar onde acontece a celebração da cultura”, concluiu.
Programação – Além da mostra, a nova edição do circulasons também traz shows e apresentações, todos com entrada franca. Os ingressos poderão ser retirados 1h antes de cada evento, na bilheteria do teatro.
Sábado (6), sobem ao palco o músico e compositor londrinense Paulo Barnabé e a Banda Patife, para um show único, às 20h30. Dia 18 de maio, no mesmo horário, será a vez da Orquestra Sinfônica da Universidade Estadual de Londrina, sob a regência do maestro Alessandro Sangiorgi. No repertório, o público vai desfrutar de muita música brasileira. E dia 26 de maio, também às 20h30, Simone Mazzer estreia o show “Deixa Ela Falar”.
O projeto Circulasons – 70 anos do Cine Teatro Ouro Verde tem patrocínio do Programa Municipal de Incentivo à Cultura (Promic), Unimed Londrina, Sisprime, SINPRO Londrina e Sonkey. Conta com apoio da Casa de Cultura UEL, Museu Histórico de Londrina, Radio UEL FM, Hotel Crystal, Folha de Londrina, Caco Alimentação, Brasiliano, Ibrahim Gastronomia, Olga – a livraria da cidade e Ciranda. Realização: TOCA arte ação criação; FAUEL – Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da Universidade Estadual de Londrina.
O projeto tem idealização e curadoria de Janete El Haouli; e na produção, Janete El Haouli e Fabrício Polido.
Fonte: N.Com