Menu LondrinaTur, portal de Londrina e norte do Paraná
Guias
8 dicas para usar a mesada na educação financeira

8 dicas para usar a mesada na educação financeira

terça, 03 de agosto de 2021
Categoria

Especialista orienta como os pais devem administrar esse instrumento de educação financeira

Freepik

Muitos adultos ainda acreditam que dinheiro não é assunto para as crianças, que elas devem se preocupar apenas em brincar e estudar, imaginando que são os estudos que as tornarão indivíduos bem-sucedidos futuramente. Mas uma das bases para um futuro melhor passa pela educação financeira, que deve estar presente na vida de todos desde cedo. Por isso, é fundamental ensinar crianças e adolescentes não apenas a economizarem, mas também fazer com que aprendam corretamente o manejo do dinheiro em busca de uma vida melhor e sem sobressaltos.

Ao ensinar uma criança a lidar com o dinheiro, quando adulta, certamente, ela terá maiores chances de administrar melhor o salário, empreender e organizar a vida. Vai saber guardar para comprar mais tarde ou no momento certo, e também a guardar para poupar mais e mais. De acordo com o consultor pedagógico da Conquista Solução Educacional, Fernando Vargas, a mesada é um poderoso instrumento de educação financeira, pois possibilita à criança a capacidade de ordenar o orçamento, definir escolhas sobre como usar o dinheiro e desenvolver um plano de poupança, uma espécie de “bê-á-bá” das finanças.

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha em todo o Brasil aponta que apenas 16% dos jovens entrevistados recebem dinheiro mensal dos pais. “Em primeiro lugar, é essencial entender que, em cada idade do desenvolvimento, a visão da criança com relação ao dinheiro muda. Em segundo, é preciso ter consciência de que as crianças estão expostas, desde os primeiros anos de vida, a uma cultura consumista e embasada na ideia de que o dinheiro é mais importante que a ética e os princípios morais”, acrescenta Vargas.

Para ajudar os pais nessa missão tão importante que é a de construir as bases para a maturidade financeira dos filhos por meio da mesada, o educador dá algumas orientações.

Regularidade

Segundo Vargas, a mesada só faz sentido se for dada com regularidade, sempre na quantia e na data combinadas, para que a criança seja capaz de planejar os gastos, organizar e ter controle de sua poupança. “Gosto da ideia de ‘semanadas’ para crianças dos 3 aos 10 anos de idade pois, nessa faixa etária, a noção de tempo é mais curta. Dos 3 aos 5 anos, os pais terão a função de habituá-las a esperar para receber e gastar o dinheiro. Deve ser fixado um dia específico e manter a disciplina de respeitar esse prazo para ensinar a criança a lidar com a ansiedade.” A partir dos 11 anos é possível introduzir a mesada. Nessa fase, a noção de tempo já é maior.

Montante

Para o especialista, não existe valor certo nem definido para uma mesada. O montante ideal é aquele que vai ao encontro do orçamento e da realidade de cada família, sem excessos e variações, para que possa atingir os objetivos da educação financeira. “Sugiro o seguinte cálculo: R$ 1,00 por idade, semanalmente. Por exemplo, cinco anos = R$ 5,00 por semana. E quando passar a ser mensal, multiplicar o valor semanal por 4”, aconselha. Com o tempo, e a partir do cenário econômico e familiar de cada um, esse valor pode ser revisto e acordado entre pais e filhos.

Evitar barganhas e castigos

Vargas destaca que é importante nunca usar a mesada como forma de ameaça ou castigo: “Se você não melhorar suas notas eu corto sua mesada” ou “Só lhe darei a mesada se você me ajudar a arrumar a casa”. O objetivo da mesada é ensinar educação financeira para a criança e jovem, deixando que vivam as primeiras escolhas em relação ao dinheiro, não uma troca ou instrumento para chantagem e barganhas. Eles não podem aprender que o dinheiro depende desses subterfúgios.

Dar sentido e significado à prática

Outro ponto fundamental é sempre justificar o motivo da mesada (ou semanada) no dia do pagamento: “Essa mesada é para que você aprenda a lidar com seu dinheiro desde já”. Ao destacar isso todas as vezes, os pais deixam claro que não estão dando aquele valor simplesmente por dar e sim, com o objetivo de aprendizado, delegando assim responsabilidade no uso do dinheiro.

Manter ao alcance dos olhos

A criança deve colocar o dinheiro guardado em um pote de vidro transparente e com tampa para que ela possa ver o dinheiro aumentando gradativamente, descobrindo, dessa forma, o prazer de poupar e que quem poupa sempre tem. O cofrinho fechado, segundo o especialista, não é uma boa opção, pois impede a criança de avaliar a sua poupança e a quantidade guardada.

Registrar os gastos

Dos 6 aos 10 anos, os pais devem estimular a criança a registrar, todos os dias, seus gastos em um caderno, no computador ou até mesmo utilizar algum aplicativo para esse fim. O registro possibilitará à criança dar concretude ao vai-e-vem financeiro. A maioria das pessoas não descobre o motivo de suas dificuldades financeiras porque não registra e não utiliza os dados a seu favor.

Ensinar a poupar e também a gastar

Quando já são um pouco maiores, também é importante que os adultos fiquem atentos em relação à total ausência de gastos, pois, se a criança não usa e não gasta em nada, a educação financeira também se dará de forma incompleta e sem equilíbrio. “Se os adultos pagam tudo para a criança e não são estabelecidos objetivos, a criança terá dificuldades em saber aplicar e usar bem o dinheiro a seu favor no futuro, além de desfrutar a vida em plenitude emocional”, alerta Vargas.

Permitir os tropeços

Um dos benefícios da mesada é propiciar à criança que ela experimente o susto e angústia de falir. Tendo aprendido as consequências do uso precipitado ou displicente do pouco dinheiro que possui, os filhos aprenderão a evitar, no futuro, tropeços mais graves, com quantias significativamente maiores. “Um dos pontos mais importantes nesse processo de aprendizagem é a falência. Se os pais adotam o sistema de mesada, estão dando chance aos filhos de, ocasionalmente, perderem tudo e aprenderem de maneira prática, antecipada e significativa. E se há uma fase boa na vida para ir à falência é na infância. Diante dessa situação, a criança passará a ter mais controle e disciplina com seus gastos para não deixar acontecer novamente, ou seja, é um aprendizado para toda vida”, explica.

“O principal objetivo de educar os filhos em relação ao dinheiro é levá-los a atingir a maturidade financeira, isto é, a capacidade de adiar desejos de agora em função de futuros benefícios. A educação financeira para crianças e jovens deve ser um projeto permanente, não existe idade certa para começar, mas é desejável que seja iniciada o quanto antes. A mesada, desde que bem administrada entre pais e filhos, pode ser um poderoso aliado nesse processo de aprendizagem”, conclui o educador.

Sobre a Conquista Solução Educacional

A Conquista é uma solução educacional que oferece aos alunos da Educação Infantil, do Ensino Fundamental e do Ensino Médio uma proposta de educação e futuro que integra a família, a escola e a comunidade. Com diversos recursos, material didático completo e livros de Empreendedorismo e Educação Financeira, o objetivo da solução é ajudar, de forma consistente, os alunos no processo de aprendizagem e estimular o desenvolvimento de suas capacidades. Atualmente, mais de 1700 escolas de todo o Brasil utilizam a solução.