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Festival de Dança de Londrina: movimentos revisitados em tempos verbais

Festival de Dança de Londrina: movimentos revisitados em tempos verbais

terça, 10 de outubro de 2017
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Cia. Mimulus escolhe a memória como lugar para o espetáculo ‘Pretérito Imperfeito’

Festival de Dança de Londrina: movimentos revisitados em tempos verbais - LondrinaTur

Foto: Guto Muniz

Pretérito Imperfeito do indicativo: remete a um fato ocorrido no passado, porém, que não foi completamente terminado. Por trazer a ideia de continuidade e duração, é usado em lendas e fábulas. A partir desse lugar e desse tempo verbo-corporal, a Mimulus Cia de Dança apresenta, em forma de espetáculo, um acervo de movimentos, memórias e um inventário dos seus 25 anos de história. “Pretérito Imperfeito” é o espetáculo que o grupo apresenta nesta terça (dia 10), no Teatro Ouro Verde, às 20h30, dentro da programação do 15° Festival de Dança de Londrina.

Uma das pistas que a Mimulus utilizou em seu processo foi a obra do filósofo Andre Comte-Sponville, mais especificamente o “Pequeno Tratado das Grandes Virtudes”. Dentre as virtudes apontadas pelo autor, a fidelidade foi a escolhida pela Mimulus, por estar intimamente ligada à memória. Segundo o Diretor Jomar Mesquita, “a ideia surgiu daí. No livro, a virtude da fidelidade tem a ver com a memória e a lealdade aos nossos antepassados e crenças”. Assim, o elenco dança sua história por meio de trechos de coreografias, movimentos revisitados e também peças de figurinos: “Na criação do movimento, nossas próprias referências de espetáculos antigos serviram de inspiração. Não somente na coreografia como no figurino. Diversas referências da história da companhia estão presentes no corpo e no movimento desse espetáculo”, diz Mesquita.

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Foto: Guto Muniz

Na trilha, 100% brasileira, erudito e popular se fundem e conduzem as coreografias. A linguagem da companhia se mantém conectada às origens da dança de salão. Contudo, sempre se move no sentido de destrancar padrões, experimentando, ressignificando, provocando por vezes a indagação: que lugar é esse? Segundo o diretor, “essa nuance dificulta a classificação do trabalho. O que mostra como as montagens do grupo são algo novo”.

Em umas das suas passagens pelos EUA, ao apresentar um de seus espetáculos de repertório (“Do lado esquerdo de quem sobe”), o jornal “The New York Times” afirmou que a Mimulus Cia de Dança deveria ser engarrafada e vendida como elixir. Cativando o público por onde quer que excursione, o grupo sempre convida seus espectadores a experimentarem algo novo e provocativo.

A companhia – Mimulus, a planta da coragem, faz jus ao seu nome, escolhido na ocasião de seu nascimento em 1992: de lá pra cá segue em constante pesquisa, faz turnês nacionais e internacionais e conquista diversos prêmios (em 2014, a Mimulus foi indicada ao New York Dance and Performance Award – The 30th Annual Bessie Awards, de Nova York, com o espetáculo “Dolores”).

Fundada em 1992, a companhia mantém a dança de salão como base para seus trabalhos. No entanto, movida por sua inquietação natural, desconstrói e transpõe os limites formais de cada gênero, o que resulta em uma linguagem própria e inovadora, um estilo contemporâneo, vibrante e único. A Mimulus mantém-se permeável às múltiplas possibilidades que lhe oferece o mundo contemporâneo, apresentando sempre resultados surpreendentes, como se pode ver nos espetáculos de repertório que segue apresentando continuamente: “Dolores”, “Por um Fio”, “Do Lado Esquerdo de Quem Sobe, “De Carne e Sonho”, ”Entre”. Os dois primeiros já foram apresentados em outras edições do Festival de Dança de Londrina.

Fonte: Divulgação