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Resíduos sólidos, reciclar ou reduzir

Resíduos sólidos, reciclar ou reduzir

quinta, 24 de outubro de 2013
Categoria: noticia

No Brasil ainda estamos na época das cavernas no que diz respeito à geração e reciclagem de resíduos

Por Ademar

Muito se fala em reciclagem no Brasil, mas especialmente em curitiba já temos muitas pessoas trabalhando para reciclar, com foco nos catadores ou cooperativas de reciclagem, porém praticamente nenhuma ação foi feita, no sentido de reduzir a produção de resíduos sólidos.

Há pouco estive em uma temporada na Alemanha, onde fui morador comum de uma pequena comunidade, e por lá, todo e qualquer lixo tem destino, em todas as comunidades. As pessoas, no sentido de separar e evitar a geração de resíduo, ao fazerem compras no supermercado, transportam suas compras em suas próprias caixas e deixam no mercado toda embalagem possível.

Para as latinhas e garrafas pet, o mercado cobra um valor conforme seu processo de reciclagem. A lata de alumínio e o pet, que são mais complexos, o preço do “pfand” é u$ 0,25. A garrafa de cerveja de 500 ml, por exemplo, pode ser reutilizada, e o “pfand” é de u$ 0,08. Portanto, todas as marcas de cervejas alemãs usam a mesma garrafa por milhares de vezes.

Em casa, as pessoas têm duas lixeiras, uma verde e outra marrom. As lixeiras têm código de barras que a empresa que coleta verifica e envia a cobrança de tempos em tempos. Na lixeira verde colocam-se resíduos orgânicos, como plantas, flores etc. Na marrom, o lixo doméstico. Os resíduos sólidos as pessoas levam aos contêiners que estão praticamente em todos os lugares, e esses contêinerssão separados por categorias. Por exemplo, categoria de recicláveis e papéis, ou de aço e também categoria para três cores de vidro: marrom, verde e branco. O incrível é que ao colocar o litro de vidro no contêiner, ele se quebra, pois dali é levado diretamente para a indústria para fazer mais vidro.

Na Alemanha o povo é educado e faz as coisas direitinho e trata-se de um lugar especial sob o ponto de vista do desenvolvimento e da organização humana. Mas evidentemente que essa educação não sai de graça, muito pelo contrario, sai cara, pois quando você opta por colocar sua lixeira na porta para não ter trabalho adicional, paga mais caro por isso.

Quando os mercados não doam sacolinhas, as pessoas precisam levar as compras numa sacola reutilizável ou então em bonitas e práticas caixas. Ou então levam na mão mesmo.

Quando você estabelece um preço caro para a latinha ou pet, na prática, está desestimulando o consumo de produtos nessas embalagens. Imagine que você compre uma lata de cerveja e pague u$ 0,30 por ela e u$ 0,25 na embalagem. Mesmo que você devolva e receba de volta, terá que ter o dobro do dinheiro para comprar a mesma quantidade de cerveja depois. Por isso você, por força do dinheiro, está incentivando as pessoas e usarem outra embalagem e por conseqüência a indústria.

No Brasil estamos na época das cavernas no que diz respeito à geração e reciclagem de resíduos. Principalmente quando o poder público trata do assunto, quando temos política de separação, mas o caminhão limita-se a passar nas casas recolhendo o que os coletores não recolhem e deixam rastros de resíduos na rua. Neste sentido, os coletores não são tão diferentes do lixeiro comum, que passa de casa em casa, recolhendo milhares de sacolinhas de mercado com lixo e levam tudo para os lixões.

E assim segue nosso país, em pleno século 21, a mesma pequena e curta visão de mundo. Até parece que nossos “administradores” não viajam, e se viajassem, com sua visão pequena, ainda colocariam a culpa no povo.