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A exposição de arte Passageira 16 abre, nesta quarta-feira
(11), seu edital de convocação de artistas. O objetivo é selecionar oito
propostas de trabalhos site specific que serão desenvolvidas para diversos
espaços do Museu de Arte de Londrina. Cada selecionado receberá R$ 2,5 mil para
a execução e montagem de sua ideia. Os recursos vêm do Programa Municipal de
Incentivo à Cultura (Promic) e o prazo para inscrição termina no dia 29 de
junho, com a exposição sendo realizada entre os dias 13 de agosto e 30 de
setembro. O edital completo e mais informações sobre o evento podem ser
consultados no site www.passageira16.com.
Segundo a diretora da Passageira 16, Louisa Savignon, a
exposição surgiu da ideia de reocupar e valorizar as formas projetadas pelo
arquiteto modernista João Batista Vilanova Artigas (1915-1985), responsável
pelo desenho do edifício ao lado de Carlos Cascaldi. “Todas as formas de
expressão e linguagens artísticas são bem-vindas. Delimitamos 11 espaços do
prédio e a comissão curadora irá selecionar oito projetos, que precisarão
informar, no ato da inscrição, o espaço desejado e como serão desenvolvidos. A
intenção é criar um diálogo entre essa variedade de obras e as formas do
museu”, explica.
A comissão de seleção é composta pelo chefe da Divisão de
Artes Plásticas da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Danillo Villa, pelo
coordenador do curso de Design Gráfico da UEL, Rogerio Ghomes, e pela arquiteta
da Prefeitura de Londrina Fatima Savignon. às 19h da próxima terça-feira (17),
na sala de eventos (antiga sala 683) do Centro de Educação, Comunicação e Artes
(CECA), na UEL, os três participarão de palestra para apresentar o evento,
explicar a proposta artística e dirimir dúvidas sobre o edital.
O edital da Passageira 16 é aberto a artistas residentes em
Londrina e demais cidades do Brasil.
Fernando Stanku/Divulgação
Site specific
Este conceito artístico é destinado a obras criadas de
acordo com um determinado ambiente ou espaço. Seus elementos estéticos buscam o
diálogo com o meio para o qual o trabalho é elaborado. Neste sentido, o site
specific liga-se à ideia de arte ambiente, que sinaliza uma tendência de
produção contemporânea de se voltar para as características daquele espaço e
seu entorno, incorporando-os e/ou transformando-os. Nesta busca, além do
próprio espaço físico, também podem ser abordados aspectos como sua função
pública, seu estado de conservação e sua utilização social.
Artigas e Londrina
Um dos objetivos da Passageira 16 é tentar interpretar um
dos comentários feitos por Artigas quando de sua última visita à cidade, em
1983. Naquela ocasião, disse o ícone modernista sobre o tombamento histórico da
antiga rodoviária: “Eu fiquei contente, não porque fui eu que fiz. Nada a ver
com a forma feita. Depois de feita, a diaba vira as costas, esperneia por todo
lado, faz o que bem entende. Vai embora, faz seus casamentos, se esfrega com o
povo e ganha qualidade própria. E o povo se serve, como a uma caneca velha,
estende roupas. A obra artística criada, que foi produto do pensar, assume
independência.”
Além da antiga rodoviária, a parceria entre João Batista
Vilanova Artigas (1915-1985) e Carlos Cascalgi também projetou alguns dos
prédios mais importantes de Londrina, a saber: edifício Autolon (rua Minas
Gerais, 194, inaugurado em 1951), Cine Ouro Verde (rua Maranhão, 85, pronto em
1952), a Casa da Criança (praça Primeiro de Maio, 110, concluída em 1955), e
ampliação da Santa Casa (rua Senador Souza Naves, 441, finalizada em 1955),
além de outros projetos que não foram executados.
Arquivo Foto Estrela/Reprodução
Antiga rodoviária
Elemento urbano inspirador da Passageira 16, o edifício do
Museu de Arte de Londrina foi inaugurado em 4 de outubro de 1952 para ser a
quarta rodoviária da cidade. A execução do projeto assinado por Artigas e
Cascaldi tomou quatro anos devido à complexidade de suas formas, sobretudo os
arcos de concreto armado.
Porta de entrada da cidade por quatro décadas, o antigo
terminal rodoviário foi tombado pela Secretaria de Estado da Cultura, em 1974,
como o primeiro prédio de arquitetura moderna do Paraná. Em 1988, com a
inauguração da nova rodoviária, o edifício foi fechado, reabrindo apenas em
1993 para se tornar museu de arte.
Fonte: Divulgação