As terras onde está localizado o atual município de Cambé eram compreendidas por uma imensa floresta e nestas terras viveram diversos povos indígenas a base de caça, pesca, coleta de frutas, plantas e raízes e de uma agricultura rudimentar. Eram livres, donos da terra e viviam com muita abundância, apesar das técnicas aparentemente simples que utilizavam.
A presença dos povos indígenas que habitavam toda a região é marcada por registros de viajantes, por documentos oficiais do estado e também por objetos arqueológicos encontrados em toda região.
Em 1990, estudantes da zona rural de Cambé, incentivados por uma campanha do Museu Histórico encontraram fragmentos, recipientes de cerâmica e peças líticas (de pedra) pertencentes às civilizações indígenas que viveram na região centenas de anos antes da colonização.
Esses grupos indígenas que habitavam a nossa região foram ao longo do tempo conquistados e aldeados em áreas delimitadas pelo Estado. Porém, deve-se entender essa conquista como um ato brutal, com práticas de perseguição, escravidão e guerras.
Em 1925, a Companhia de Terras Norte do Paraná adquiriu uma área de 515 mil alqueires de matas nativas, equivalentes a 14% do total do Estado, de solo fértil e pronta para ser colonizada. Somaram-se à essas vantagens o incentivo à imigração e a difícil situação econômica do Ocidente, que criaram condições necessárias para ocorrência de uma corrente migratória para a América.
As primeiras 10 famílias que chegaram à futura cidade de Cambé por intermédio da Cia. de Terras, eram oriundas da cidade livre de Danzig e chegaram à futura colônia em janeiro de 1932. O nome Nova Dantzig foi escolhido pela Companhia de Terras, que previu para nossa região a vinda de um grande número de pessoas de Danzig. Por causa do clima tropical a qual não estavam acostumados e devido à flora e fauna estarem intocadas, enfrentaram muitas dificuldades para iniciar a colonização. Mas, atraídos pela fertilidade das terras, vieram em seguida japoneses, italianos, eslovacos, portugueses, alemães, espanhóis, libaneses, além de paulistas e nordestinos.
Café, algodão, cereais, extração de madeiras e criação faziam parte da cultura diversificada que existiam na região na época da colonização. Nova Dantzig não fugia disso, pois o sistema de pequenas e médias propriedades rurais estimulava a atividade econômica voltada para a terra.
Ao mesmo tempo, o núcleo urbano passou a crescer, tornando-se centro de abastecimento e prestação de serviços para a população. A sociedade urbana era formada por pequenos e médios comerciantes, além de alfaiates, barbeiros, sapateiros, pedreiros, carpinteiros, marceneiros, caixeiros de lojas de armazéns, farmácias e operários. Surgem em seguida os profissionais liberais, funcionários públicos municipais e estaduais (estes como resultado da elevação do patrimônio a distrito e depois a Município respectivamente em 1937 e 1947)
Em 09 de outubro de 1937 o então Patrimônio de Nova Dantzig é elevado a categoria de Distrito Judiciário, através da Lei nº 191, de 9 de outubro de 1937.
Já na década de 40, o advento da 2a Guerra Mundial fez com que o Governo do Estado obrigasse as cidades e as colônias de nomes relacionados com os países inimigos a trocarem de denominação. Nova Dantzig passou a se chamar Cambé, nome de um Ribeirão que banha o Município.
Após a redemocratização do país em 1945, começou em Cambé um movimento emancipacionista, encabeçado pelo Professor Jacídio Correia e pelo Médico Dr. José dos Santos Rocha. Atendendo ao apelo da população e tendo em vista o crescimento promissor de Cambé, o Governador Moysés Lupion assina a Lei nº 2, de 10 de outubro de 1947, elevando o Distrito a Categoria de Município. A instalação do município ocorreu no dia 11 de outubro de 1947 e o Sr. Eustachio Sellmann foi nomeado o prefeito provisório. Com a elevação a Município era necessário que se escolhesse o primeiro prefeito e vereadores que representassem a vontade popular. No dia 16 de novembro de 1947, os cidadãos de Cambé elegeram o Professor Jacídio Correia primeiro Prefeito de Cambé.
Texto elaborado pelo Museu Histórico de Cambé