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Saudade.

Saudade.

sexta, 19 de junho de 2015
Categoria: noticia

A saudade comete chacinas. Isto mesmo, a saudade depravada, mostra a cara, mata
aos montes. Sangue frio na noite. A saudade sequestrou aqueles ônibus na saul
elkind e mandou umas das passageiras escrever com batom no vidro: “vou matar
geral”. A saudade apoderou-se (palavra feia) de um calibre trinta e oito e saiu
pelas ruas do rio roubando cordõezinhos de ouro dos pescoço das madames. Pequeninha
ainda, com remela nos olhos e catarro no peito, foi para as ruas causar
terrores.

A saudade cheira cola certas horas do dia, compra uma lata
inteira com o dinheiro que roubou de baixo da botija. Ela não tem medo de nada.
A saudade vê gente morrendo desde de pequenininha. Já está acostumada com esta
sina. Então porque não matar também?

Lá vai ela, novamente. Arquitetado o crime, carregado o
gatilho, sangue nos olhos, dentes trepidando e saliva caindo. Saudade tem
presa, tem fome. é a verdadeira “mata o homem e come”.

Saudade não quer trampo, não quer pegar no pesado. Ela não
tem carteira assinada, pula daqui pra lá, de lá pra cá, de galho em galho, de
biscate em biscate. Não cumpre honorários, quer cuidar de carros, eu pedir
pastel na feira da rua são Paulo, aos domingos de manhã. Saudade quer vida
fácil, que matar por aluguel, por esporte. Quer mudar pra uma casa no campo, o
telefone tocar, uma nova missão, um novo encargo, matar um coroa, uma mocinha,
um trabalhador que mora lá do outro lado.

Quer botar medo. Quer que olhem pra ela e digam “sabe aquele
ali? é matador-de-aluguel lá pra outras bandas”.

Saudade quer passar a vida vendo sangue escorrer de alguém. Saudade
senta no final de tarde de nossas vidas e assiste um datena qualquer narrando
nossa morte. Saudade ri à toa e nós morremos atado.

Saudade começa no pé do morro, sendo aviãozinho e amanhã
trafica nossa vida.

Saudade.