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Paraná pede ajuda da União contra crise provocada pela seca

Paraná pede ajuda da União contra crise provocada pela seca

segunda, 09 de novembro de 2020
Categoria: noticia

Levantamento do Simepar apontou que nove cidades, de quase todas as regiões do Estado, tiveram chuvas bem abaixo da média histórica entre os meses de junho de 2019 a março de 2020. Redução média na precipitação foi de 33% nos municípios pesquisados.
08/04/2020 – Foto: Geraldo Bubniak/AEN

A estiagem é ruim para o meio ambiente, aumenta o risco de queimadas e reduz a qualidade do ar, causando vários problemas respiratórios, além dos impactos na economia, agricultura, produção industrial e o fornecimento de energia

Paraná pede apoio da União no enfrentamento da crise hídrica que assola o estado, desde o começo do ano. Uma das maiores estiagens da história colocou os paranaenses sob regime de emergência há mais de 180 dias. Um decreto que prorroga essa condição por mais 180 dias foi editado na semana passada. O governador Carlos Massa Ratinho Junior se reuniu nesta quarta-feira (4) com o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, em Brasília, para discutir a situação.

“Estamos muito preocupados com essa situação. É uma dificuldade adicional em meio à pandemia. Estamos tentando novas parcerias com a União para acelerar investimentos que serão essenciais nos próximos meses”, afirmou o governador. “Nesse momento precisamos do apoio da população e de todos os entes públicos, de Brasília ao menor município do Estado”.

De agosto a outubro, o regime de chuvas ficou entre 50% e 70% abaixo da média no Paraná, com uma situação ainda mais preocupante na Região Metropolitana de Curitiba. O déficit hídrico na região, onde o impacto no abastecimento público é mais grave, foi de 650 milímetros nos últimos 12 meses. O rodízio atual nas unidades consumidoras é de 36 horas em 36 horas, dada a situação crítica dos reservatórios, que estão com 27,5% de capacidade.

E não é apenas o abastecimento de água que fica comprometido com a falta de chuvas. A estiagem é ruim para o meio ambiente, aumenta o risco de queimadas e reduz a qualidade do ar, causando vários problemas respiratórios, além dos impactos danosos para a economia, afetando a agricultura, a produção industrial e o fornecimento de energia.

A solução ainda vai demorar, segundo o Simepar. A previsão é que a estiagem se prolongue, pelo menos, até as próximas chuvas de verão, entre dezembro e fevereiro do ano que vem. Além disso, o Paraná pode ser impactado pelo fenômeno La Ninã. O resfriamento das águas do Pacífico pode ter como consequência um verão mais seco no Estado, justamente quando são esperadas as chuvas mais intensas.

“É um momento urgente. Estive em Brasília para buscar apoio nessa pauta que tem nos preocupado. É uma luta que envolve nossa bancada de senadores e nossos deputados. Precisamos encontrar alternativas para minimizar o impacto da seca e para estimular, ainda mais, o uso consciente da água”, destacou o governador.

Monitor – O Paraná integra o Monitor de Secas do Brasil, instituído pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), que faz o acompanhamento regular da escassez hídrica no País. No balanço mais recente, divulgado pelo monitor em setembro, o Paraná era o Estado com a situação mais crítica entre as 19 unidades da federação monitoradas.

Investimentos – Como parte dos investimentos nessa área, a Sanepar corre contra o tempo para entregar a Barragem de Miringuava, em São José dos Pinhais. Com investimentos de R$ 160 milhões, a barragem vai incrementar 38 bilhões de litros de água na reservação do Sistema de Abastecimento Integrado de Curitiba (Saic), formado pelas barragens Iraí, Passaúna, Piraquara I e Piraquara II. A capacidade de produção de água passará dos atuais 1.000 litros/segundo para 2.000 litros/segundo, abastecendo cerca de 650 mil habitantes.

Em meio à crise hídrica, o Governo do Estado e a Sanepar também pretendem criar uma reserva hídrica junto ao Rio Iguaçu. A proposta prevê a implantação de um sistema de reservatórios lineares capaz de armazenar volume superior a 100 bilhões de litros de água.

Pelo projeto, serão feitas intervenções em uma área total de 17 mil hectares, abrangendo as quatro barragens do Sistema de Abastecimento Integrado de Curitiba e Região Metropolitana. Ao todo, haverá estruturação em 97 quilômetros lineares ao longo do traçado do Rio Iguaçu, entre os municípios de Quatro Barras e Porto Amazonas. Os reservatórios lineares serão criados com a interligação de cavas já existentes.

Fonte: Conexão Agro