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Caratê é usado na recuperação de adolescentes infratores

Caratê é usado na recuperação de adolescentes infratores

quinta, 26 de janeiro de 2017

Projeto é desenvolvido em centros de socioeducação; pratica contribui para que jovens aprendam limites e tolerância

Mais do que aprender as técnicas de luta, a prática do caratê contribui para a formação do caráter do aluno, que aprende a respeitar limites, desenvolver a persistência e a tolerância e a ter mais disciplina, ensinamentos fundamentais para qualquer indivíduo, mas principalmente para aqueles que já estiveram em conflito com a lei e hoje estão privados da liberdade. Implantado há quase quatro anos nos Centros de Socioeducação do Estado do Paraná (Cense) e nas Casas de Semiliberdade, o Projeto Karatê no Cense foi proposto pela Associação Educacional de Desenvolvimento Humano e Social (Addes) ao governo estadual e nesse período já atendeu mais de 1,5 mil adolescentes. Nesta quarta-feira (25), 19 internos dos centros de socioeducação e unidades de semiliberdade da macro regional Londrina participaram do 3º Festival Regional de Karatê no Cense.

Um jovem de 19 anos está há quatro meses na Casa de Semiliberdade em Londrina após cumprir medida socioeducativa no Cense por um ano e um mês. Foi no regime fechado que ingressou no Projeto Karatê, no qual está há nove meses. "O caratê é muito interessante porque tem os lemas (que norteiam a prática) e é um esporte no qual você reflete bastante para não cometer mais atos infracionais", disse. Além do caratê, ele faz um curso de torneiro mecânico que termina em março, quando também acaba seu tempo na Casa de Semiliberdade. "Quando sair, pretendo continuar treinando e levar os ensinamentos para o resto da vida."

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Orientador técnico-pedagógico da Addes, Jerimoto Gaspar dos Santos é professor do projeto na unidade do Cense em Campo Mourão (Centro-Oeste) e afirma que com a prática continuada do caratê, não só os adolescentes, mas toda a sociedade ganham. "Trabalhamos a formação do caráter, o respeito, eles desenvolvem a persistência e voltam melhor à sociedade."

É isso o que tenta um adolescente de 17 anos, que está no Cense II em Londrina desde abril de 2016, mas já passou pela unidade outras duas vezes e em uma delas, em 2015, começou a praticar caratê dentro do projeto. No esporte, ele já evoluiu e ostenta a faixa azul, a terceira no nível de graduação. "Eu gosto do caratê porque ajuda a passar o tempo aqui dentro e você aprende a pensar antes de fazer as coisas porque sabe que tem as consequências. Já tenho um objetivo para quando sair daqui, pretendo trabalhar, estou fazendo um curso profissionalizante de chapeiro", conta.

Fonte: Folha de Londrina