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A Saga das Marias

A Saga das Marias

quinta, 09 de abril de 2015
Categoria: noticia

Dia desses assisti um vídeo de animação bastante curioso, cujo título era “Marias”.  Com  imagens e conteúdo  muito bem elaborados, o vídeo retratava a história da saga  das Marias de várias gerações de uma  mesma família  da região do agreste Nordestino.

A cena inicial é de uma menina escrevendo seu nome  inúmeras vezes em um caderno, com um ar de satisfação pela façanha realizada. Repentinamente, a mãe  gritou seu nome, dizendo que ela deveria fazer alguma coisa  útil, pois,  havia muito serviço a ser feito,  como  limpar o quintal ou tratar dos animais.

Essa menina transformou-se  em uma mulher com um bebê no ventre, carregando uma lata d’ água  na cabeça, presa à  rotina  doméstica.  E  assim, com a chegada dos filhos,  a história se repetia. Sua filha  primogênita, em seu quarto, encantada com a magia da  palavra escrita, escrevia com orgulho o seu próprio nome em um caderno. Sua mãe quebrou o encanto  do  momento,  gritando:  “Menina vai fazer uma coisa mais útil nessa vida…”.

E assim, o vídeo mostrou a forte influência dos valores e crenças daquela família sobre  suas Marias. Eram muitas, Maria Imaculada, Maria Aparecida, Maria das Dores, Maria  de Lourdes  e daí por diante… Dessa forma  elas perpetuaram as suas histórias.

 Marias, que tinham uma identidade comprometida pela força da palavra que as impedia em serem autoras de suas próprias vidas. Marias em vidas desnudadas pelas desventuras de  seus antepassados. Marias, cujas existências estavam marcadas pela sobrevivência e dor.

O que poderia  ser mais doloroso do que não  escrever com orgulho o próprio nome? Há muitos tipos de dores por aí, e essa me parece  singularmente cruel.

A revolução feminina transformou muito  a vida das Marias de hoje, mas ainda encontramos muitas delas a mercê da sombra das histórias  dos seus antecessores. Repetindo os seus velhos rituais, reproduzindo  suas histórias com  faces ocultas de si mesmas.

Marias, aqui apresento a minha sugestão: Escrevam os seus nomes com batom no espelho de suas casas. Vejam as suas imagens refletidas e autografadas como um  tributo à vida. E, então recitem em voz alta:

“Ave Maria cheia de graça…”

MC Consalter – Psicóloga Organizacional e Coach
Certificada em coaching pelo ICI (2013) 

Acesse para saber mais:
http://mcconsalter.wordpress.com/