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Paróquia Santo Antônio

Paróquia Santo Antônio

sexta, 10 de setembro de 2010
Categoria: anunciante

Paróquia

Por a religião ser um fator marcante na cultura polonesa, os primeiros moradores preocupavam-se logo com a mesma e no início de 1936, foi rezada a primeira missa em Warta, oficiada pelo padre palotino de Londrina, Pedro Fisher. Nesta ocasião foram batizadas as três primeiras crianças ali nascidas: Antonio Juboski, Mário Herek e Mário José Cebulski.

Meses mais tarde, Warta recebeu a visita do padre polonês da Ordem de São Vicente de Paula – Jean Polks, que rezou a missa na escola recentemente concluída.

Uniram-se, mais uma vez, a comunidade e construíram a capela que foi atendida inicialmente pelos padres palotinos alemães de Sertanópolis. Depois de 2ª Guerra Mundial esses padres mudaram-se para Londrina, onde construíram a casa paroquial bem como a antiga catedral. Warta passou a depender dos padres da paróquia de Londrina, diocese de Jacarezinho, Paraná.

Destacou-se nesta época, como grande amigo da comunidade, o Pe. Carlos Probst, que vinha montado num burrico, não medindo esforços para visitar as famílias, levou conforto aos doentes e celebrar a missa uma vez por mês. Nos demais domingos a comunidade reunia-se na capela  e Inácio Herek conduzia a celebração.

Com o crescimento do povoado, a construção de uma igreja tornava-se necessária. A comunidade toda empenhou-se na construção da atual igreja que teve início em 1955. No início da construção dedicaram-se como colaboradores ardorosos o senhor Antonio Scherlowski, Vitório Herek e Paulo Boczowski.

A primeira missa na igreja matriz de Warta, ainda em construção, foi rezada pelo Pe. Tarcísio Fracchinello, xaveriano, pároco da Vila Nova em Londrina, da qual dependia a capela de Warta, antes de tornar-se paróquia. A continuação das obras da igreja de Warta foi realizado com grandes dificuldades, mas contando sempre com a generosidade dos moradores, aos poucos pode ser concluída e muitas vezes reformada, melhorando e é motivo de orgulho para os moradores e principalmente para os antigos pioneiros.

A Paróquia de Santo Antônio de Warta foi criada no dia 24 de setembro de 1957, pelo então bispo Dom Geraldo Fernandes.

Os livros de batizados começam em 12 de maio de 1957, quando o Pe. João Tonetto chegou e ficou morando na sacristia da matriz. Logo o povo construiu atrás da igreja uma pequena casa paroquial em madeira com 2 quartos, um estúdio, cozinha e banheiro com água encanada  e luz elétrica. Mais tarde Pe. Aurélio Basso construiu a atual casa paroquial em alvenaria que também sofreu várias reformas para melhor acolher os párocos.

Destacou-se na construção do salão paroquial, obra feita durante o ano de 1965 e 1966, quando o então pároco Reinaldo Semprebom, com sua breve estada muito marcou essa comunidade.

A comunidade de Warta teve muita sorte de contar com padres que souberam cumprir bem sua missão. Um em especial que marcou muita essa comunidade foi Pe. Francisco Sozzi, o qual realizou grandes obras como o Centro Catequético que tanto serve a essa comunidade, sendo que durante anos serviu como salas de aula para a escola local, pois a mesma se tornara pequena. Várias reformas urgentes foram realizadas na igreja pelo Pe. Francisco, assim como o bom relacionamento com a comunidade onde é sempre bem recebido

De 1957 a 1961, anos de grandes colheitas de café, a comissão da igreja comprou um órgão para a igreja, os vitrais coloridos dos santos apóstolos da Igreja foram doados por algumas famílias, os nomes das mesmas estão lá gravadas.

Em memória dos pioneiros poloneses foi construída, por iniciativa do Pe. Francisco Sozzi, uma bonita capela na lateral esquerda da Matriz dedicada a Nossa Senhora de Czestochowa, onde além de um belo ícone da padroeira da Polônia, doado pela pioneira Edwiges Herek, destacam-se os dizeres nas duas línguas, em português e em polonês: “Aos valorosos pioneiros, que com espírito cristão e sob as bênçãos de Nossa Senhora de Czestochowa colonizaram essa terra, a homenagem da comunidade de Warta.”

*A comunidade de Warta é bastante participativa com a vida religiosa na preservação dos costumes da fé e crença cristãs.

*A inauguração da capela ocorreu em 02 de junho de 1995, com a presença de muitos poloneses descendentes dos que aqui foram pioneiros e também os ainda residentes em Warta.

Como surgiu a Warta?

A partir de 1932 desencadeou-se uma grande onda povoadora no norte do Paraná, pois as terras roxas eram muito procuradas para lavoura de café.

A Companhia de Terras do Norte do Paraná (CNTP) começou a colonizar as terras da região, adquiridas através do sistema de pequena propriedade. As aquisições dos lotes eram feitos mediante prestações e os novos proprietários receberam escrituras definitivas, não havendo em nenhuma ocasião, quaisquer problemas relativos à posse de terras.

Entre os funcionários da (CNTP), o engenheiro Inácio Szankoski sugeriu que fosse reservada uma área de terra fértil no norte do Paraná para os poloneses e seus descendentes.

Espalhava-se por todo o Brasil e até o exterior a propaganda enaltecendo a região através de conversas com viajantes, folhetos e jornais. Assim em 1933 chegou à Warta o senhor João Scherlowski e família, polonês residente em Britânia, sudoeste do Paraná, procurando aqui realizar seu sonho despertado pela propaganda.

Também atraído pela propaganda chega em 1932 o senhor Eduardo Cebulski, vindo de Santa Catarina. Animado com o que viu adquiriu as terras e voltou a Santa Catarina, retornando com a família em junho de 1934.

Assim foram chegando mais e mais famílias vindas do Rio Grande do Sul, sul do Paraná e de várias regiões de Santa Catarina e de São Paulo.

Era necessário, então, escolher um nome para a colônia que ora se formava. Numa reunião a céu aberto, com os moradores sentados numa grande peroba, recém derrubada, João Langovski, vindo de Santa Catarina sugeriu o nome Warta, alegando três motivos:

1º Nome de um rio da Polônia;

2º Em polonês o significado da palavra é “algo que tem valor”;

3º Sua pronúncia é fácil a todos;

Algumas famílias de poloneses além de Sherlowski e Cebulski foram: Boszczwski, Herek, Kanlolski, Kosprowicz, Kubiak, Jukowski, Ubanski, etc. juntamente com outras famílias de várias origens que foram chegando em seguida como: Alves, Oliveira, Nunes, Branco, Pesarini, Clivati, Manduca, Murinelli, Cupini, etc.

Comércio

Nos primeiros tempos as compras de gêneros necessários eram feitos em Londrina ou na colônia vizinha Heimtal. A partir de 1938 surgiram os primeiros comércios como o boteco da viúva Paulkoski, o primeiro secos e molhados em 1939 de Estanislou Samiec e Casimiro Pietrziask. Em 1940 João Langovski estabeleceu um comércio variado e bem sortido de secos e molhados. Mais tarde surge a primeira máquina de arroz, o primeiro posto de gasolina, oficinas, sapateriso, etc.

Na década de 60 a família Odebrecht monta a primeira máquina de beneficiamento de café, a qual existe até hoje, funcionando também como torrefadora.

Lavoura

A primeira cultura de Warta foi o café, bem como a agricultura de subsistência como o milho, arroz, feijão, mamona, etc. O trabalho da lavoura em seus primórdios envolvia toda família, cujos frutos começaram a surgir, principalmente depois das primeiras colheitas de café. Foi então que a vida dos colonos começou a melhorar, puderam construir casas melhores, mais confortáveis, comprar carros, adquirir terras, etc.

Durante a segunda guerra mundial a região sofreu as crises como em todo Brasil, pelos racionamentos, houve perda de mantimentos, pois não tinham como se transportadas.

Em 1942, houve uma grande geada que matou toda a lavoura de café do Paraná. Isso não derrotou os agricultores da época que se refizeram quando em 1975 ocorreu a geada negra que junto com as pragas que já castigavam a cultura do café, quase erradicou essa cultura. Hoje a cultura agrícola da região é bastante diversificada.

Com o passar doas anos, a maioria das famílias de poloneses mudou-se para centros maiores, pela necessidade de estudo e trabalho dos filhos. Assim sendo hoje são poucas as famílias de poloneses que permanecem em Warta.

Warta é hoje um dos mais belos distritos de Londrina. A estrada que liga Heimtal à Warta é considerada região destinada ao turismo gastronômico do município de Londrina.

São muitos os pioneiros que merecem que a comunidade de Warta e o município de Londrina registre na memória sua atuação na história.

Escola

Os primeiros pioneiros quase que em totalidade poloneses sentiram necessidade de instrução para as crianças da comunidade. Assim em 1937 construíram, em sistema de mutirão, a primeira escola com madeira serrada a mão, madeira esta doada pelos moradores.

O pioneiro Eduardo Cebulski viajou a Curitiba como porta voz da comunidade para solicitar junto ao Consulado da Polônia uma professora que ensinasse polonês e português. Em março de 1937 vieram as professoras Helena Verpochowska (lecionava polonês, além de atendar os doentes ministrando-lhes socorros, devido a seus conhecimentos farmacêuticos) e sua filha Bogdona Tâmara Werpachowska (lecionava português).

Permaneceram em Warta somente um ano, porémfoi um período muito produtivo, foram encenadas peças teatrais, incentivaram a leitura, pois muitos livros haviam sido doados e montaram a biblioteca Rui Barbosa.

Vieram depois professores como Leonardo Stasiak e João Longovski, esses remunerados pela comunidade.

Tomando conhecimento das dificuldades pelos quais passavam os professores e o aumento significativo de alunos, a Prefeitura Municipal de Londrina criou em 03 de novembro de 1945, a Escola Municipal Barão de Rio Branco, e se responsabiliza por sua manutenção.

Em 1953 por solicitação do deputado Edwino Tempski ao secretário de Obras e Viação do Estado, Hugo Cabral, iniciou-se a construção da nova escola em alvenaria, sendo concluída em 1955 o Grupo Escolar de Warta, assim denominado até 1970, também mantida pela Prefeitura Municipal de Londrina.

Em 1965 a escola passou para o estado, porém alguns professores eram municipais.

A partir de 06 de outubro de 1970, a escola passou a denominar-se Grupo Escolar Eduardo Cebulski, em homenagem ao pioneiro que muito se dedicou à educação, bem como teve filho, filhas e netos que dedicaram a vida ao magistério.

No final da década de 60 era grande a preocupação da comunidade em relação ao prosseguimento dos estudos de seus filhos, pois em Warta só estudavam até o 5º ano do primário.

Mais uma vez a comunidade mobilizou-se e no início de 1976 foi implantado o ensino gradual de 5ª a 8ª série (antigo ginásio), tendo como entidade mantedora a Campanha Nacional de Escolas de Comunidade (CNEC), com a denominação de Escola Cenecista de Warta, funcionando no prédio do Grupo Escolar Eduardo Cebulski.

Essa escola funcionou e cumpriu seu papel no momento histórico de 1976 até 1984, passando para o município de Londrina em 1985, pois as dificuldades para a manutenção dessa escola eram muitas, visto que até o salário dos professores eram pagos pela comunidade através de mensalidades, promoções, etc. A escola de 5ª a 8ª série passa a denominar-se Escola Municipal Edmundo Odebrecht, em homenagem ao falecido comerciante de café.

No final de 1987, através de acordo entre o estado e a Prefeitura Municipal de Londrina extinguem-se as escolas estaduais dos distritos, passando o ensino de 1ª a 8ª série para o Município de Londrina, desaparecendo então o nome Eduardo Cebulski, que era o patrono da escola estadual.

O prédio escolar sofreu várias reformas e anexos para que pudesse atender a demanda que tornou-se bastante numerosa.

A escola tem cumprido o seu papel no desenvolvimento do distrito.

Teresinha Salete Cebulski

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