O Município começou a se desenvolver no início da década de 40, principalmente com o surgimento das fazendas cafeeiras. O Distrito de Vila Progresso, por exemplo, foi um grande centro comercial e conheceu o progresso, como o nome anunciava.
No bairro, cercado por florestas de peroba-rosa, habitavam mais de 30 mil pessoas.
Ali concentrava um farto comércio com lojas de confecções, médicos e dentistas, cinco mercearias, vários bares, açougues e muita fartura.
Palco de um dos mais sangrentos conflitos armados que o Norte do Paraná já teve registro, o distrito de Vila Progresso, em Centenário do Sul, foi o pivô central da Guerra de Porecatu, no final da década de 40.
Pouco divulgada pelos livros de história, o conflito envolveu posseiros de terras, a quem o governo federal havia prometida áreas agrícolas caso desmatassem a região, grileiros que tentaram ocupar a região sem qualquer respaldo e os grandes fazendeiros.
Como o Governo Federal não concedeu os títulos definitivos aos posseiros, houve luta armada com os grileiros que tentaram se aproveitar da situação e os verdadeiros proprietários das terras.
Muitos fazendeiros conseguiram anexar terras dos posseiros às suas propriedades através de influência política, com o apoio dos Governadores da época.
Com o conflito generalizado, o Partido Comunista Brasileiro (PCB) entrou na luta, aproveitando o clima criado. Diversos membros incentivavam o uso da força para que os grileiros tivessem um pedaço de terra.
A guerra de Porecatu envolveu os Municípios: Porecatu, Centenário do Sul, Guaraci, Jaguapitã, Florestópolis e Miraselva, nos conflitos armados.
O conflito se agravou com a entrada da Polícia Militar do Paraná. Intensas emboscadas com mortes, foram registradas e muitos comunistas e pequenos agricultores foram presos e torturados para que confessassem a sua participação. Com a repressão policial nos primeiros anos da década de 50, os comunistas abandonaram a região e se refugiaram em outros Estados.
Atualmente, poucas pessoas que foram testemunhas e ainda estão vivas, evitam comentar o assunto.
Com o fim do Ciclo do Café, o êxodo rural provocou o esvaziamento do distrito.
Hoje, pouco menos de 300 pessoas residem na região, a maioria bóias-frias na condição de itinerantes.