Um bourbon para Faulkner no SESI
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O rock independente londrinense surpreende sempre. Não só pela resistência, que faz surgir novidades para aumentar o glossário de bandas com identidade própria, como Casa da Dona Alice, mas também pelo matiz de ritmos do Etnyah. Os dois grupos fazem o último show do ano da 6ª edição do Projeto Banda Nova quinta-feira (6), às 19 horas, no Centro Cultural Sesi/AML. Casa da Dona Alice tem influências de rock psicodélico, folk rock e vem na pegada de bandas brasileiras como Scalene, Supercombo, Boogarins e O Termo.
A banda existe há nove anos, com algumas variações na formação, que hoje conta com Lucas Freitas (voz/guitarra), Felipe Furazo (bateria), William Lopes (guitarra) e André Melo (baixo). Em 2017, o grupo deixou o repertório de covers para apostar nas composições próprias. Em 2018, lançou o EP de autorais “Itinerário” com a música homônima e mais “Paraquedas” e “Algo a Dividir”.
Dois meses de trabalho de estúdio para que a banda conseguisse um resultado caprichado com texturas diferentes e cara de artesanal. A produção musical é de Marco Aurélio Chiara Silva.
“De umas 10 composições nossas, escolhemos essas três para o EP. São canções que falam sobre convivência, sentimentos e coisas que todo mundo passa. ‘Paraquedas’ fala de alguém que um dia perde o chão, algo que todos se identificam e acontece com todo mundo”, conta Lucas Freitas, que além do vocal, compõe as músicas da banda.
O grupo acaba de lançar em formato de live session, no Youtube, a música “Dança do Sol”. Gravada em uma casa antiga, a locação do clipe faz referência ao próprio nome da banda, que começou a tocar na casa da avó de um amigo “a Dona Alice”. A produção é do Tapete Voador. Para o Sesi, a moçada está preparando as músicas do primeiro disco e do novo EP que deve gravar em fevereiro. Também vai tocar algumas releituras, como Vanessa da Mata e Marcelo Jeneci, que gosta de fazer nos shows.
Etnyah – Mais robusto com elementos de percussão e metais, o Etnyah fecha a noite com um som influenciado no grunge, manguebeat, entre outros ritmos, numa mescla contemporânea com a pegada de cada um dos integrantes, Rodrigo Bays (baixo), Jean Pera (baterista), Luis Paiva (guitarrista), Mau Werner (vocal/percussão) e Giovani Vieceli (vocal/teclados).
A banda surgiu no final dos anos 1990. Em 2001, gravou o primeiro CD “O Tempo Surge” com cinco faixas autorais. Deu uma parada de cinco anos e voltou a fazer shows em 2012.
O segundo disco “O Homem do Outro Lado do Espelho” veio com a formação atual, em 2016. São dez faixas com influências dos anos de 1990, mas com roupagem nova nas mudanças de ritmos e percussão.
“Cada um tem a sua pegada e isso vira o Etnyah. As letras têm poesia, a batera e a percussão fazem uma fusão bem legal. Estamos também com músicas novas. No Sesi levaremos um pouco disso, composições com influências de forró, baião e rock”, destaca Jean Pera.
O baixista Rodrigo Bays acrescenta que com essa mistura a banda consegue um som bem particular.
“Fazemos um som que pega músicas regionais e joga um rock em cima, um teclado ou sintetizador para dar uma mudada”, afirma Bays.
Fazer música independente e, há tanto tempo, como o Etnyah, é se tornar protagonistas em meio a tanta imposição do mercado musical, ressalta o tecladista Giovani Vieceli.
“O grande barato é que a gente não só consome cultura, mas produz. Hoje, com as novas tecnologias é possível a pessoa gravar, pintar, fazer desenho no computador. Sair do papel de um simples consumidor de cultura dos grandes veículos de massa e falar: ‘Não, eu também posso me expressar por meio da música das artes’. Para mim, pessoalmente, a arte é esse lugar mais sagrado”, conclui Vieceli.
Realização: Funcart em parceria com o Centro Cultural Sesi/AML. Patrocínio: Programa Municipal de Incentivo à Cultura (Promic). Apoio Rádio UEL FM e Canal Bom Negócios.
Serviço: Show Projeto Banda Nova Casa da Dona Alice e Etnyah
Quando: quinta-feira (6)
Horário: Casa da Dona Alice, às 19 horas, e Etnyah, às 20 horas
Onde: Centro Cultural Sesi/AML (Rua Maestro Egídio Camargo do Amaral, 130, em frente à Concha Acústica)
Ingresso: pode ser retirado para os dois shows gratuitamente, a partir das 18 horas