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um homem e uma serra.

um homem e uma serra.

quarta, 30 de outubro de 2013
Categoria: noticia

lembro quando escutei com ouvidos miúdos de que Heitor Dhalia estava filmando Serra Pelada, o seu mais novo longa. apreciador declarado que sou tratei logo de adquirir minha ansiedade.

certo tempo depois começaram a surgir uma nota aqui e outra ali sobre os bastidores e produção, e tudo dava pinta de pepita de ouro.

pra mim é natural, Heitor vem crescendo no mercado audiovisual com a força de mil cavalos. vem protagonizando por trás das câmeras, atuando em off de uma forma exuberante. pegou o romance de mutarelli nas mãos, “O Cheiro do Ralo”, e transformou em uma película premiada.anteriormente rodou o longa “Nina”, uma fantástica e mórbida tragédia com pitadas de Dostoievski em um cenário caótico e bem construído.

Heitor agora resolveu arriscar no cinema de megaproduções e assim começa sua saga com Serra Pelada. fui ver no último domingo e é incrível a perfeição dos ambientes, a fotografia de Lito Mendes, os figurantes e o roteiro entrelaçado.

mesclando atores novos e velhos conhecidos, e rodado em 5 semanas, o filme é uma orquestra em exata harmonia. nada, nada mesmo desentoa em momento algum.

eu poderia aqui ditar a sinopse, porém, me fascinou tanto o “conjunto da obra” que o enredo é apenas parte de um todo.

Para entender mais o universo dentro, durante e fora de Serra Pelada eu conversei rapidamente com ator Matheus Nachtergaele, que interpreta o magnata Carvalho na trama:

Felipe: Olá, Matheus. Fantástico teu papel em Serra Pelada,
hein?

Matheus Nachtergaele: Obrigado, querido.

Felipe: Como foi trabalhar com o Heitor Dhalia?

Matheus Nachtergaele: Heitor é um diretor seguro e gentil. Ensaiamos
bastante minhas cenas antes das filmagens, e ele me deu muita liberdade de
criação. No set é ágil e ao mesmo tempo carinhoso. é um diretor que ama seus
atores, e melhor, ama sua equipe. Conduz tudo com uma firmeza doce, muito rara.
Adorei!

Felipe: Você já trabalhou com o Cazarré, o dirigindo em A
Festa da Menina Morta. Como você vê a evolução dele ao encarar este papel de
protagonista?

Matheus Nachtergaele: Conheço Juliano desde que contracenamos em ‘A
Concepção’, de José Belmonte. Desde então fiquei encantado com ele. Logo o
convidei para ser um dos protagonistas do meu filme, e tivemos um intenso
encontro artístico. Estivemos juntos em ‘Febre do Rato’, de Claudio Assis, e
agora em ‘Serra Pelada’. é um ator admirável, além de ter uma formação
literária rara nos atuais jovens atores. Amo o Juliano Cazarré.

Felipe: Elogiado pela Crítica, Serra Pelada está até mesmo
sendo taxado de NOVO CIDADE DE DEUS. O que você acha que muda no cinema
nacional uma película deste porte (megaprodução)? E como é estar dentro das
duas produções, Cidade de Deus e Serra Pelada?

Matheus Nachtergaele: Um cinema saudável incorpora obras populares, obras
emblemáticas como ‘Central do Brasil’, Cidade de Deus’, e ‘Serra Pelada’,
filmes dos quais tive a honra de participar. O cinema saudável incorpora também
os filmes autorais, de risco, ditos de arte, como os de Claudio Assis, Lírio
Ferreira, Zé Belmonte, Cao Guimarães, Karim Ainouk e Marcelo Gomes. Nosso
cinema tem sido assim. Que continue saudável e múltiplo, e que eu possa
colaborar com ele para sempre.

Felipe:Obrigado, meu caro.

Matheus Nachtergaele: Espero que seja útil aí, querido.

Serra Pelada é uma película “ponto de partida”, um filme de
renovo, de renascimento. o cinema nacional parece que vive disto, de tempos em
tempos ele precisa de injeções de ânimo. Dama da Lotação, Pixote, Central do
Brasil, Cidade de Deus, Tropa de Elite e agora, Serra Pelada.  esperamos
que estas medicações venham com mais frequência e com curto prazo entre elas.

não percam SERRA PELADA:

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