Tecidos inteligentes e cores fortes dão toque fashion à academia
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O ano de 1987 foi ótimo para a cultura dos Estados Unidos: a cantora Aretha Franklin se tornou a primeira mulher a ser introduzida no Rock and Roll Hall of Fame, a famosa série Os Simpsons apareceu de forma inédita na TV, Michael Jackson lançou o disco Bad e a Nike colocou no mercado o tênis Air Max.
Para a Nike, o Air Max 1 entrou para a história por seu design inovador que elevou a marca quando ela mais precisava. No ano passado, na comemoração do trigésimo aniversário do tênis, essa foi uma das várias coisas apontadas pelos consumidores e pela imprensa como o folclore por trás do produto.
A história do Nike Air Max pode ser contada a partir da chegada do renomado projetista Tinker Hatfield à empresa. Em 1981, muito antes de ser uma grande indústria mundial, a fabricante de produtos esportivos contratou Hatfield como arquiteto corporativo para planejar os prédios da Nike no campus do estado de Oregon, nos EUA.
Quatro anos depois, em 1985, ele começou a desenhar formatos de calçados a pedido da própria empresa. Então, aplicou seu conhecimento arquitetônico no design do tênis, admitindo que estava deixando seu “espírito rebelde” se manifestar. “Comecei a trabalhar em um conjunto renegado de calçados que não eram parte da linha principal”, explicou ele no ano passado ao Washington Post.
A década de 1980 não estava sendo ruim para a Nike: naquela época ela já era responsável por 50% do mercado estadunidense de calçados esportivos e estava perto de se tornar uma empresa de US$ 1 bilhão. Apesar disso, na metade daqueles anos, a competição estava aumentando — o que fazia a empresa necessitar de constantes novidades. Hatfield contou que foi uma viagem a Paris, na França, que catalisou a ideia do famoso tênis.
Na capital francesa, o designer se interessou por um prédio controverso que muitos consideravam feio. “Eu não sei se estava pensando, mas agora foi desenhar um tênis baseado nisso”, contou ele no documentário Respect the Architects. “Eu lembro de ser muito influenciado por aquele prédio e de ter meu senso arquitetônico colocado de cabeça para baixo”, completou.
O prédio em questão é o Centre Georges Pompidou, um estilo arquitetônico que toma todos seus elementos estruturais e funcionais e os coloca para fora, de forma que todos podem ver seu interior. Mesmo hoje, seu formato permanece impossível de não notar entre os edifícios tradicionais de Paris. Hatfield acredita que, se não tivesse visto o prédio, jamais teria sugerido à Nike colocar uma bolsa de ar abaixo de um tênis.
“Eu pensei: ‘Por que não deixar a bolsa de ar um pouco à mostra, garantindo sua estabilidade, mas removendo a parte da meia-sola que impede de vê-la?”, explicou.
A tecnologia sugerida por ele não era nova: ela fora desenvolvida originalmente pelo engenheiro Frank Rudy, da NASA, e já equipava um calçado da Nike, o Air Tailwind, lançado em 1978. O modelo havia substituído as tradicionais solas moldadas com bolsas de uretano cheias de gás. No entanto, era um consenso que, como tecnologia de performance, as bolsas deveriam ser sentidas, não vistas. Foi nisso que Hatfield revolucionou.
O primeiro tênis fabricado com a ideia de Hatfield, o Air Max 1, foi lançado em março de 1987 e apareceu no comercial de TV da Nike naquele mesmo ano. A propaganda tinha como tema a música Revolution, dos Beatles. Foi a primeira vez que uma canção do grupo de rock britânico foi usada em um comercial de televisão na história.
Era parte da linha Air Pack, que também tinha o Air Trainer 1, o Air Sock, o Air Revolution e o Air Safari. “Eu estava no aeroporto no exato momento em que o primeiro Air Max foi lançado. Estava ao telefone quando alguém apareceu usando um par. Eu olhei para ele da cabine telefônica e disse: ‘Alguém comprou o tênis!'”, conta David Forland, diretor de Inovação da Nike à época. “Era um grande risco, mas uma recompensa maior”, finaliza.
Fonte: Divulgação