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Qual é a tua obra?

Qual é a tua obra?

segunda, 01 de abril de 2013
Categoria: noticia

Em seus anos de vida pública e especialmente ao encarar o Calvário, Cristo nos
ensinou que ter um propósito claro na vida faz uma diferença tremenda e que
todo sofrimento e dor podem ser vencidos quando sabemos que os nossos esforços
têm um justo motivo.

O filósofo Mario Sergio Cortella
escreveu alguns anos atrás um livro com o título “Qual é a tua obra?” no qual
trata exatamente disto e explica como a existência de cada um de nós se torna
integral somente ao reconhecermos nossa missão. A de Cristo foi a redenção do
mundo; e a sua, qual é?

Em tempos alucinados como o
nosso, é muito comum as pessoas não refletirem sobre isto, afinal a toda hora
alguém lhes sinaliza que ainda precisam findar alguma tarefa considerada
urgente. E neste ritmo, você mesmo pode se perceber fazendo muitas coisas
desconectadas e sem sentido ou passar um bom tempo vendo o trabalho como
fonte de insatisfação.

Este problema é mais preocupante
ainda se tiver um time para gerir. Neste caso é bem provável que as pessoas da
sua equipe
trabalhem motivadas somente pelo injusto salário que consideram
receber e resistam publicamente quando convidadas a fazerem algo a mais. “Vocês
irão pagar hora-extra?” ou “o que eu ganho com isto?” são apenas sinais de que
as pessoas ainda não compreendem o todo. Por isto, antes de se revoltar contra
quem faz tais perguntas, tente descobrir aonde errou.

Ao mesmo tempo, pare de crer que
as pessoas são fiéis às empresas ou aos seus líderes. Elas são fiéis às causas
que as companhias ou gestores dão a elas. Assim, se você quiser colaboradores
leais, trate de encontrar uma missão audaciosa e significante que mexa com
o que há de mais profundo nelas ou então se acostume a contar com seres humanos
pela metade.

O pior disto tudo é que as
pessoas que não encontram uma obra a construir se satisfazem por meio da
vitimização. Nos treinamentos que
eu conduzo não é raro alguém dizer: “Quem realmente deveria estar aqui na sala
não veio!”. Ou questionamentos do tipo: “O pessoal de cima também irá escutar o
mesmo?”.

É claro que em vários casos as
angústias dos colaboradores têm fundamentos, afinal a empresa nem sempre
estabelece canais de comunicação adequados, políticas justas ou gestores
capacitados a cumprirem o papel que cabe a eles, mas isto não justifica uma
postura “oh céus, oh vida” à espera do olhar piedoso de alguém.

Não é por acaso que milhões de
telespectadores se identificam com os personagens justiceiros que sofrem a
novela inteira nas mãos dos malvados antagonistas e aguardam ansiosamente o
capítulo final esperando a redenção completa daqueles, que também consideram
iguais a eles. Bons e frágeis mocinhos.

Ainda bem que nem todos pensem
assim. Dias atrás escutei o relato de alguém que perdeu seus pais num acidente
de trânsito quando estava com apenas 18 anos. Segundo ela, durante o velório e
nos dias seguintes, todos lhe diziam: “O que será de você a partir de agora?
Tão novinha e sem ninguém para lhe amparar quando for preciso…” Ela não tomou
para si a autopenitência e hoje reconhece a obra que precisa completar.

Em sua dimensão humana Jesus
Cristo tinha tudo para se vitimizar ao ser aprisionado próximo às festividades
da Páscoa. Também tinha tudo para culpar terceiros ou lamentar sua falta de
sorte durante aquele breve e injusto julgamento. Entretanto, ele não esmoreceu
porque o sentido da sua vida o norteava e hoje nos inspira a buscarmos o nosso.