
Londrina homenageia cultura caipira com exposição na Biblioteca Pública
Entrada é gratuita e aberta ao público interessado em conhecer mais sobre a cultura sertaneja...
As oficinas de Escrita e Cura, que já foram ministradas na Cadeia Pública Feminina de Londrina e em outros espaços, acontecerão na Biblioteca Pública Municipal em maio
A Biblioteca Pública Municipal de Londrina receberá, nas terças de maio, o projeto “Escrita e cura: Oficina de criação literária para mulheres”, contemplado pelo PROMIC (Programa Municipal de Incentivo à Cultura) e idealizado pela jornalista e doutora em Letras (UEL) Layse Barnabé de Moraes, que pesquisou a poética da cura na escrita das mulheres no doutorado.
Por meio de oficinas gratuitas de leitura e escrita, o objetivo do projeto é levar o assunto para além do ambiente acadêmico e apresentar textos de escritoras mulheres como um mote para discussões, reflexões e propostas de escrita. As oficinas são então um convite para que as participantes se apropriem da palavra e contem as histórias que desejam, sejam elas reais ou inventadas.
Sobre a questão da cura, Layse explica: “a palavra ‘cura’, em sua etimologia, diz respeito a cuidado e transformação do indivíduo… não é sobre pensar a escrita como uma solução para os problemas, mas uma forma possível de elaboração do que sentimos e também de cuidado de si”.
Atuação na Cadeia Pública Feminina de Londrina
A Biblioteca Pública Municipal de Londrina será a última parada desse ciclo de oficinas, que já aconteceram na Cadeia Pública Feminina de Londrina, no Assentamento Eli Vive e junto ao CAM (Centro de Acolhimento à Mulher).
A experiência com as mulheres da Cadeia, em especial, foi marcante: “Percebi, com o passar dos encontros, o quanto elas foram se abrindo, conseguindo se comunicar mais, escrever mais. Uma delas veio me agradecer no último dia e disse que, com as oficinas, conseguia ‘sair’ dali, mesmo sem sair de fato. Uma outra participante, que desde o início produziu textos muito fortes e bem construídos, me contou que não gostava nem de ler nem de escrever antes da oficina. E eu me perguntava: como? A resposta a que cheguei é que não é preciso escrever para escrever. Essas mulheres já escreviam com o corpo, com a memória… já escreviam do lado de dentro. A oficina foi apenas um meio para que elas acordassem essas histórias que estavam adormecidas”, relata Layse.
“Apoio do PROMIC foi fundamental”
Layse reforça também que receber o incentivo do PROMIC foi fundamental para a realização das oficinas. É o patrocínio que viabiliza não só os encontros gratuitos em diversos lugares da cidade de Londrina, mas também a dedicação à pesquisa e elaboração dos materiais, bem como a formação de uma equipe. “Tivemos a preocupação de acessar espaços de diferentes regiões e variadas singularidades – mulheres apenadas, mulheres vítimas de violência, mulheres da zona rural e agora a turma aberta a mulheres na Biblioteca Pública Municipal de Londrina. Não seria possível uma atuação tão ampla, com tantos encontros, sem esse apoio. É muito gratificante poder trabalhar, de forma democrática e acessível, a escrita e a leitura como uma possibilidade de criação e reinvenção junto às mulheres”.
Fonte: Divulgação