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Proibição da gordura hidrogenada representa avanço no Brasil

quarta, 10 de fevereiro de 2016
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A afirmação é de especialistas que atuam no combate à obesidade.

No final do mês de janeiro, o Consea (Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional) encaminhou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), um documento pedindo a proibição do uso da gordura hidrogenada e a sua substituição por substâncias que cumpram as mesmas funções, mas que não sejam prejudiciais à saúde da população.

A gordura hidrogenada ou gordura trans é uma gordura que foi criada pela indústria, a partir de um processo de transformação dos óleos vegetais em gordura sólida – como alternativa à gordura saturada (gordura animal encontrada nas carnes). A fabricação da gordura hidrogenada consiste em submeter óleos vegetais como óleo de milho, soja, canola e ao gás hidrogênio sob alta pressão. Com isso, os óleos líquidos são transformados em uma pasta negra e que precisa ser purificada através de processos químicos até que ela possa ser consumida. 

A gordura hidrogenada funciona como um conservante, aumentando o tempo do produto na prateleira. Ao mesmo tempo, ela propicia o efeito crocante aos produtos industrializados.

Lista de alimentos

Entre os alimentos que contém gordura hidrogenada, o exemplo mais comum é a margarina. No entanto, alimentos como batatas chips, pães de forma, bolachas recheadas, bolos recheados, sorvetes, pipoca de micro-ondas e, inclusive, a bolacha água e sal possuem gordura hidrogenada.

O especialista em obesidade, cirurgião Caetano Marchesini, explica que apenas 1% das calorias ingeridas diariamente por uma pessoa podem contém gordura hidrogenada. “Isso porque o seu consumo frequente leva a um aumento do colesterol ruim (LDL) e ainda reduz o colesterol bom (HDL) do organismo”, conta Marchesini.

Segundo o especialista, a o consumo em excesso de gordura trans aumenta drasticamente o risco de doenças cardiovasculares como infarto e derrame. “Além disso, aumenta o acúmulo de gordura intra-abdominal, levando ao aparecimento da obesidade, diabetes, hipertensão arterial, entre outras doenças associadas”, afirmou Marchesini.

Medidas ineficazes

Além dos malefícios para a saúde, a recomendação para o fim do uso de gordura hidrogenada está relacionada a ineficácia de medidas anteriores como a realização de ações voluntárias para redução do produto por parte da indústria. O Consea também ressalta que os consumidores têm dificuldades de compreender a informação sobre a presença da gordura trans na rotulagem de produtos alimentícios. 

 “A indústria convence a população a consumir produtos de fácil preparo como se eles fossem saudáveis. A única maneira de interromper este processo é a fiscalização por parte dos órgãos reguladores quanto a veracidade da informação sobre a qualidade alimentar de cada produto”, afirma Marchesini.

Quadro preocupante

Dados do último levantamento realizado pelo Governo Federal apontam que mais da metade dos adultos e um terço das crianças brasileiras apresentam excesso de peso. Além disso, também houve um aumento no número de pessoas – cada vez mais jovens – com doenças como hipertensão, doenças cardiovasculares e diabetes.

A educadora física, Cristina Aquino, alerta que o consumo de gordura hidrogenada, aliada ao baixo nível de atividade física representam um perigo para a saúde. “O consumo de alimentos processados, pobres em nutrientes e fibras e ricos em farinhas processadas e gordura hidrogenada levam ao organismo a uma falta de disposição”, ressalta Cristina. “Isso se torna um ciclo vicioso em que a inatividade leva o indivíduo a um baixo condicionamento cardiorrespiratório e perda de massa muscular, aumentando o risco de doenças metabólicas e cardiovasculares”, completa a educadora física.

Outro fator relevante é o aumento de 27,8% no consumo de alimentos ultraprocessados pelos brasileiros. Os alimentos ultraprocessados possuem perfil nutricional desfavorável à saúde, contendo teores elevados de gordura, açúcar, sódio e densidade de calorias.

Fonte: Divulgação