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Dono de três pequenas propriedades rurais em Abatiá, município no norte pioneiro do Paraná, Hugo Rafael da Silva é produtor de café há 16 anos. Em 2011, o produtor de café pretende melhorar a lucratividade da sua produção por meio da adoção do fair trade, modalidade conhecida no Brasil como comércio justo.
A prática estabelece critérios especiais para um comércio sustentável, principalmente em pequenas propriedades. O tema, que ganha espaço cada vez maior em todo o mundo, foi discutido durante o 2º Seminário de Comercialização de Café do Norte do Paraná: Fair Trade, em julho passado, em Santo Antônio da Platina.
Na ocasião, Hugo Rafael da Silva ampliou seus conhecimentos sobre como funciona a modalidade. Para ele, as palestras foram interessantes, esclareceram dúvidas e estimularam os mais de 270 produtores presentes a investirem na prática comercial. ?As palestras explicaram como o fair trade valoriza o trabalho dos produtores e atenderam as expectativas dos participantes.?
O produtor de Abatiá está otimista com a certificação de suas propriedades, o que deve ocorrer em agosto deste ano. O preço assegurado pelo fair trade vai oferecer uma melhora na remuneração de sua produção.
Requisitos
Para alcançar as metas e ingressar no comércio justo, Hugo Rafael da Silva teve que fazer uma série de adequações em sua propriedade ? armazenamento, manipulação e uso correto de agrotóxicos, inspeção de um agrônomo e utilização de Equipamento de Proteção Individual (EPI) na hora de aplicar os agrotóxicos.
Hugo Rafael da Silva também participou de um treinamento de aplicação de agrotóxico, realizado numa parceria entre a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP)/Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-PR) e o Sindicato Rural de Abatiá.
?Já passamos pela pré-auditoria e agora aguardamos a visita do auditor para receber a certificação. As normas são importantes porque garantem a proteção do meio ambiente e da saúde dos trabalhadores, além de uma renda justa para as famílias produtoras?, ressalta o produtor de Abatiá.
Luiz Roberto Saldanha, presidente da Associação dos Produtores de Café do Norte do Paraná (ACENPP), destaca que, para aderir ao fair trade, ainda é necessário atender a outros requisitos como não empregar menores de 15 anos e não praticar o trabalho escravo.
Outra obrigatoriedade da certificação é a organização formal dos produtores em grupos. Nesse sentido, o trabalho que está sendo desenvolvido pelo Sebrae/PR é fundamental para que os produtores do norte do Paraná ingressem na modalidade do comércio justo.
Núcleos
A entidade organizou oito núcleos em diferentes cidades da região. Em cada um desses núcleos, os produtores são atendidos por um consultor que ensina a metodologia do fair trade e prepara os agricultores para as auditorias da certificação.
Até o final do ano, serão implantados mais quatro núcleos na região. ?Além de melhorar a qualidade da produção, o comércio justo oferece vantagens financeiras. A mesma bebida, produzida nos padrões da certificação, é vendida por um valor de 25% a 30% maior em relação ao comércio convencional?, comenta o presidente da ACENPP.
Para Odemir Capello, consultor do Sebrae/PR em Jacarezinho e gestor do Programa de Cafés Especiais, o fair trade promove o desenvolvimento local sustentável, criando oportunidades para os produtores economicamente desfavorecidos.
?O objetivo da prática é criar oportunidades para os produtores que tenham sido marginalizados pelo comércio convencional. O comércio justo leva em conta o princípio da igualdade na remuneração do trabalho e adota um preço justo no contexto regional. O valor é acordado através do diálogo e cobre os custos de produção, permitindo uma produção socialmente justa e ambientalmente racional?, afirma.
Mais de 270 de produtores dos núcleos de Carlópolis, Abatiá, Ibaiti, São Jerônimo da Serra, Ribeirão Claro, Pinhalão, Congoinhas e Joaquim Távora participaram do 2º Seminário de Comercialização de Café do Norte do Paraná: Fair Trade. O evento foi realizado em parceria entre o Sebrae/PR, ACENPP e Cooperativa de Produtores de Cafés Especiais do Norte do Paraná (CONCENPP).
Fonte: Assessoria Sebrae/PR