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Pesquisadores alertam para risco de Covid-19 em áreas de ocupação irregular

terça, 19 de maio de 2020

Áreas de ocupação irregular em Londrina (Divulgação/Projeto)

O isolamento social não afeta toda a população de maneira uniforme. Algumas circunstâncias agravantes aumentam o risco de contaminação e mortalidade pela COVID-19, como as condições precárias de habitação, associadas a baixa renda resultante da falta de empregos. Este é apenas um dos aspectos levantados por um grupo de pesquisadores, que escreveram um artigo intitulado “Riscos de espalhamento do vírus da COVID-19 em áreas de ocupação irregular em Londrina, PR”.

O texto é assinado pelas professoras Ideni Terezinha Antonello, Jeani Delagado Paschoal Moura e Léia Aparecida Veiga – todas do Programa de Pós-Graduação em Geografia da UEL, do Centro de Ciências Exatas (CCE) – e pelo professor Alan Alves Alievi, do Colégio Estadual Dario Veloso (Londrina). Leia artigo completo – “Riscos de espalhamento do vírus da COVID-19 em áreas de ocupação irregular em Londrina, PR”.

Os autores salientam, por exemplo, que “apesar de não escolher uma classe social específica para a contaminação, coloca em xeque algumas camadas da população mais vulneráveis socialmente”. Em Londrina, conforme o Plano Diretor Municipal, existe uma grande quantidade de áreas em fundos de vale ocupadas irregularmente por famílias vivendo em “condições inadequadas e infraestrutura e serviços urbanos”, ou seja, expostas a maiores riscos de epidemias, alagamentos e deslizamentos. Não se sabe o número exato atualmente, mas dados de 2017 da Companhia de Habitação de Londrina (COHAB) falavam em praticamente 4 mil famílias em 69 áreas de ocupações irregulares, ou seja, uma estimativa de mais de 15 mil pessoas em áreas de superadensamento.

A maioria destas ocupações irregulares está nas regiões norte, leste e sul da cidade. Mais de um terço das 69 ficam na zona leste, e quase outro terço, na zona norte. O Centro é a região com menos ocupações irregulares: 2,89% delas. Por outro lado, em todas as regiões há semelhanças: localizam-se em terrenos públicos próximos a córregos urbanos (fundos de vale), infraestrutura básica precária ou inexistente e moradias abaixo do padrão mínimo de construção, onde famílias numerosas ficam expostas às variações do tempo, animais transmissores de doenças e violência de maneira geral.

Extensão – Uma das contribuições da UEL para modificar esta realidade é o projeto de extensão com título “Monitoramento da Elaboração e Aplicabilidade do Plano Diretor Municipal de Londrina”, do qual participam as professoras autoras. Segundo elas, o projeto “estabelece um canal de diálogo com os grupos sociais envolvidos no processo, ouvindo as demandas das pessoas e, ao mesmo tempo, dando voz para aqueles que vivenciam a cidade no cotidiano”.

Fonte: Agência UEL