Andréia Nhur incorpora inúmeras mulheres em solo no Festival de Dança
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O 9º Festival de Dança reúne, em sua penúltima noite, dois espetáculos originados de pesquisas cênicas em dança contemporânea realizadas em instituições de ensino da cidade. Da Escola Municipal de Dança, o Ballezinho de Londrina apresenta ?Móbile ? Work in Progress?; já ?Viés? nasceu de um projeto da Universidade Estadual de Londrina. As duas montagens podem ser conferidas nesta quarta-feira (5), às 20 horas, no Teatro Ouro Verde.
O palco nu é o não-cenário onde todas as atenções voltam-se para os corpos e para a capacidade de significação do movimento. Em ?Móbile ? Work in Progress?, que abre a noite, cerca de 20 jovens bailarinos deslocam-se pelo espaço, inventam formações geométricas, criam aglomerados dinâmicos que lembram a peça que dá nome ao espetáculo. Em ?Viés?, o elenco tenta romper os clichês da movimentação tradicional, como ?o corte enviesado de uma costureira que rompe a trama de fios horizontais e verticais? ? exemplifica o diretor Aguinaldo de Souza.
?Móbile ? Work in Progress?
Um espetáculo sempre aberto a mudanças. Este é o conceito que motivou o Ballezinho de Londrina a propor a transformação de ?Móbile?, montagem que estreou em 2010, em um trabalho ?work in progress?. ?É uma obra de arte que, a cada momento, sofre alguma alteração que a faz ganhar novos sentidos; inteligível, mas sem apresentar uma forma definitiva?, explica o diretor Wagner Rosa.
De acordo com ele, uma característica do Ballezinho de Londrina é o fato de dançarem em espaços não tradicionais, como locais públicos, escolas ou ambientes abertos. Isso faz com que, constantemente, o grupo tenha de reconstruir e transformar cenas de modo a adequá-las às novas condições. ?Móbile é uma peça que possui um eixo central e justamente esta mobilidade possível sem fugir do mesmo tema?, diz o diretor.
Viés
A Cia L2 pensou em todas as possibilidades de rompimento dos clichês para elaborar uma coreografia que, além de uma concepção estética, oferece reflexões existenciais sobre a padronização da própria vida. A montagem estréia no Festival de Dança 2011 após três meses de elaboração e após um ano e meio de pesquisas sobre o papel da dança na presença cênica do artista. ?Viés? é fruto do projeto ?Treinamento técnico e sistematização de processos do trabalho de ator?, coordenado por Aguinaldo e vinculado à Universidade Estadual de Londrina.
Ao longo deste tempo, os treze estudantes que compõem o elenco encararam o desafio de investigar a obra de grandes encenadores do século XX – como Pina Baush, Kurt Joos, Martha Graham, David Parsons e Steve Paxton – com o objetivo de entender ?na síntese de teatro e dança, como o ator desenvolve a preparação de sua presença?. O resultado acabou integrando também, no formato de um ciclo de seminários, a programação didática do Festival 2011.
O que se tem em cena é o enfrentamento dos atores-bailarinos com a normalidade e banalidade da existência comum. A música desaparece para deixar ressoar a voz de suas memórias. Em outro momento, duas trilhas eletrônicas, executadas do palco, confrontam-se. A voz também surge dizendo frases recolhidas em entrevistas que alguns integrantes do projeto realizaram com pessoas comuns.
?Móbile ? Work in Progress? e ?Viés? serão apresentados em sequência, com um pequeno intervalo. Ao todo, a programação desta quarta-feira do 9º Festival de Dança de Londrina possui 70 minutos.
Fonte: Assessoria do 9° Festival de Dança de Londrina