Parque temático do Pinóquio chega a Londrina
Inspirado na série Pinocchio and Friends, o parque é voltado para crianças entre 1 e...
No final do ano passado vários
veículos de comunicação destacaram a falência da Tenace Engenharia, empresa que
prestava serviços à Petrobrás em 23 diferentes projetos e contava com mais de
3000 colaboradores pelo país, mas assim mesmo chegou a uma situação financeira
insustentável quando a petrolífera passou a dificultar a concessão de aditivos
aos contratos, uma prática recorrente até então e que aquela utilizava para
encobrir sua ineficiência.
Como tantas outras empresas que
fecham as portas hoje em dia, a Tenace não ruiu por causa da baixa qualidade
dos serviços prestados, mas por consequência da precariedade dos controles
gerenciais internos e por confiar que a estatal jamais a deixaria na mão após
ter cumprido outros 200 contratos ao longo dos últimos vinte anos de parceria.
Mas a deixou.
Discussões políticas à parte,
muitas outras companhias têm passado por situações semelhantes em seus mercados
de atuação. Quando os ventos sopram a favor, celebram as conquistas merecidas e
arrogantemente creem que o seu modelo de gestão basta para suportarem quaisquer
dificuldades, afinal o dinheiro continua entrando. Todavia, diante da primeira
grande crise, não são poucas aquelas que descobrem que já estavam contando com
a sorte há muito tempo.
Hoje em dia é comum encontrarmos
empresários hábeis em planejar os objetivos de longo prazo das empresas que
estão sob sua direção, o problema é que ainda são pouquíssimos aqueles que
aplicam o preciso tempo que dispõem para acompanhar, na sequência, a evolução
das ações delineadas. Infantilmente preferem descobrir os resultados só no
final, quando pouco resta a fazer.
Projetar o futuro é um dos
principais papéis de quem ocupa posições estratégicas, mas o hábito de
controlar é tão importante quanto aquele. Os melhores gestores que conheço são
pessoas que acompanham as suas organizações de perto, não porque são
centralizadores vorazes e sim porque se mantêm conscientes de que ninguém
conserva um bom número de acertos na tomada de decisão se não estiver munido de
informações confiáveis advindas de indicadores.
Quando abordo este assunto às
vezes sou interpelado por alguém que diz: “Na empresa X os controles são
totalmente frágeis e assim mesmo eles continuam bem!”. Ok, a questão é “até
quando”. Se a sua empresa for pequena e você é considerado por todo mundo como
um gestor excepcional, pode ser que consiga tocar o negócio com base no feeling
pessoal e nos poucos números que uma simples planilha Excel ajuda a monitorar.
Contudo, se o negócio em que atua
for promissor e você reconhece que tem tudo para crescer alguns dígitos nos
próximos anos, é hora de rever seus conceitos, pois se de uma hora para a outra
tiver de gerenciar informações que vêm de todos os lados, mesmo com o melhor
sistema informatizado de gestão, certamente colocará em risco o trabalho de uma
vida inteira.
Por outro lado, é preciso saber o
que acompanhar. Já tive a oportunidade de conhecer empresas nas quais as
pessoas gerenciavam números que não serviam para nada porque entendiam o
conceito de controle equivocadamente. O foco do gerenciamento deve ser tudo
aquilo que afeta os resultados da organização e o auxilia a tomar decisões
acertadas. O resto é perfumaria.
E por que tantos profissionais
ainda resistem à implantação de controles internos e muitas vezes os boicotam
mesmo conscientes de seu valor? O monitoramento do trabalho de alguém tanto
consagra uma gestão de alto nível e eleva a sua reputação junto aos superiores,
pares e subordinados quanto derruba o discurso empolado e sem substância de
quem possui um caminhão de justificativas esotéricas sempre que as coisas dão
errado.