Menu LondrinaTur, portal de Londrina e norte do Paraná
Guias

Coloque estilo em suas frases

terça, 02 de fevereiro de 2016
Categoria: noticia

Temos a ideia, o argumento, a informação, a mensagem, mas não sabemos como “transformá-la” em frase ou frases que expressem claramente nosso pensamento e, ao mesmo tempo, envolvam, persuadam e encantem o leitor.

Um dos recursos disponíveis para nos ajudar nessa tarefa parece, pelo nome, “coisa do outro mundo”. Com certeza, um mundo do passado, pois, em geral, estudávamos essa “lição” nos “tempos idos” do colégio e ainda agregada à categoria da Estilística, o que nos fazia crer que era algo – o tal recurso – reservado apenas a iniciados.

Na verdade, nem uma coisa, nem outra. As Figuras de Linguagem, apesar dos nomes às vezes enigmáticos, às vezes assustadores, com que foram batizadas, podem ser muito úteis quando se trata de escrever melhor.

Para começar, vamos saber o que significa exatamente uma Figura de Linguagem.

Esse é o nome dado à forma de expressão que foge da norma rigorosa (aproveita-a de um outro jeito, com inventividade), podendo apresentar alterações fonéticas (relativas a som), morfológicas (relativas à forma) ou sintáticas (relativas à construção gramatical). Portanto, podemos entendê-las como “ousadias” no uso da linguagem. Bem aproveitadas, costumam causar expressivo efeito. Conheça (e aproveite) algumas delas:

Comparação – Consiste em associar imagens distintas, mas com semelhanças subjetivas. A ideia é conseguir um efeito emocional, envolvente, que toque o coração. Na comparação, as imagens são unidas por conectivos: como, tal qual, assim como, tanto quanto etc..

Viu-se, então, velho e solitário, tal qual uma vela de chama frouxa, deixada a consumir-se sobre o aparador.

Metáfora – Consiste em utilizar uma imagem em um contexto que não lhe é próprio, o que a faz desviar-se de seu significado original para assumir outro, em geral mais poético.

Mergulhei, mesmo temendo as manchas aladas e seus bicos pontiagudos, a furar a flor das águas.

Metonímia – Consiste em utilizar uma palavra por outra, que a representa igualmente, mas com sentido mais específico ou mais genérico do que o original, produzindo frases mais enfáticas, veementes.

Que pessoa sem coração!

Meus cabelos brancos têm histórias para contar.

Sinestesia – Consiste em utilizar percepções, advindas de um sentido (audição, visão, tato, olfato, paladar), em outro sentido, visando obter grande efeito expressivo.

Com voz quente e acariciante, declamou versos apaixonados.

Endereçou-lhe um olhar cortante, do qual nunca mais se esqueceria.

Eram palavras perfumadas aquelas que ele lhe reservara.

Antítese – Consiste em aproximar palavras (frases, imagens) de sentido oposto, visando obter grande efeito expressivo.

Vida e morte, discursos diferentes para a mesma e impenetrável lógica; pontas opostas de um mesmo e onipotente destino.

Com a tempestade, o dia virou noite e o burburinho diluiu-se em silêncio tumular.

Gradação – Consiste em desenvolver uma sequência de ideias, em ordem ascendente ou descendente, para dar força, enfatizar um raciocínio ou uma emoção.

Aquela ideia espalhou-se como luz, clareando, iluminando, abrilhantando, esclarecendo o mundo até então mergulhado nas trevas.

Elipse – Consiste em uma economia de palavras (omissão propositada de termos que podem ser facilmente subentendidos), com o objetivo de dar mais leveza ao texto.

Sei que se o visse nada seria como antes, não mais a palpitação, o fogo lento, a me consumir docemente.

…não mais (sentiria) a palpitação 

Os vencidos confortam os vencedores, os humildes recebem o reino de Deus e os pequeninos, a inocência eterna.

…e os pequeninos (recebem) a inocência eterna

Inversão – Consiste em alterar a ordem normal dos termos ou frases, visando destacá-los do contexto. Em geral, o termo ou a frase a serem realçados são colocados no início do período.

Sonhos todos nós temos, o difícil é realizá-los.

Todos nós temos sonhos, realizá-los é que é difícil.

Repetição (ou Aliteração ou Assonância) – Consiste em repetir palavras ou sons consonantais (Aliteração) e vocálicos (Assonância) iguais ou semelhantes, visando dar ritmo, ênfase e colorido à frase.

Gira, rodopia, em calor amarelo, caramelo, o sol,

no infinito sem cor definida, a não ser a do mistério.

Onomatopeia – Consiste em aproveitar palavras cujo som se assemelha àquele que se quer representar. A utilização desse recurso traz ritmo, melodia e colorido ao texto.

“Splish, splash fez o beijo que eu dei

nela dentro do cinema…” (Roberto e Erasmo Carlos / Músicos)

Dica: Para conquistar desenvoltura na expressão escrita, um curso de redação pode ser de grande ajuda! Quem reside em Londrina ou cidades próximas, pode fazer um curso instigante, estimulante e esclarecedor comigo! Saiba mais em meu blog Infinito de Palavrashttp://infinitodepalavras.wordpress.com/