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Projeto Cine-Musical homenageia a cultura caipira em Londrina

Projeto Cine-Musical homenageia a cultura caipira em Londrina

quinta, 17 de março de 2022

Média-metragem foi filmado no Museu Histórico, com a participação de músicos e atores; estreia será neste domingo na Sala Villa Rica

A riqueza da cultura caipira em Londrina (e a memória afetiva que dela repercute) é resgatada no média-metragem “Estação Caipira”, filme que tem roteiro e direção de Luiz Henrique Mioto, produção da PÁ! Artística e realização do Coletivo Grupo Intermezzo. O lançamento será neste domingo, às 17 horas, na Sala Villa Rica (sujeito à lotação) e, a partir do dia 21 de março (segunda-feira) o filme será disponibilizado na íntegra no canal no YouTube do Museu Histórico de Londrina. As filmagens tiveram como locação o próprio Museu, e contou com extensa equipe técnica, além da participação de músicos e de atores convidados. A película tem duração de 53 minutos. “Foi um desafio filmar um musical, dentro da perspectiva de ‘filme de época’, mas conseguimos encontrar o caminho, na prática mesmo. A equipe foi muito dedicada e considero que o meu papel foi mais de coordenar do que dirigir em si. Foi um processo mais orgânico em que incentivei a autenticidade dos músicos e atores”, destaca Mioto.

A iniciativa faz parte do projeto cultural “Circuito Cine-Musical: a cultura caipira em som e imagem nos distritos de Londrina”, contemplado pelo Programa Municipal de Incentivo à Cultura de Londrina (PROMIC). Inicialmente, a proposta era centrada na realização de uma série de apresentações musicais, com clássicos da música caipira, e projeções de filmes do Mazzaropi em praças de quatro distritos de Londrina: Espírito Santo, Maravilha, São Luís e Warta.

Mas, devido aos desafios impostos pela pandemia, o projeto precisou ser reformulado, ganhando, assim, um formato audiovisual que conservou a proposta de resgatar a cultura caipira tão presente nos distritos de Londrina por meio de elementos artísticos e culturais. A classificação do filme é livre.

Licença poética – O roteiro parte da passagem fictícia de Angelino de Oliveira (autor do clássico caipira Tristeza do Jeca) e sua esposa Maria pela estação ferroviária de Londrina, vindos de Botucatu, interior de São Paulo, “nos idos dos anos 1960, no começo de janeiro, dias de Santos Reis, alta noite, já de madrugada…”. A partir disso, uma série de desdobramentos acontecem tendo como pano de fundo a realidade de vários migrantes que vieram para cá em busca de uma vida melhor. A narrativa também conta com intervenções musicais ao vivo de clássicos caipiras como Tristeza do Jeca, Moreninha Linda, Beijinho Doce, A dor da saudade e Chuá Chuá. O roteiro inclui a projeção de trechos do filme “Jeca Tatu”, de 1959, um dos primeiros filmes de Mazzaropi e considerado um dos clássicos do gênero. “Sou ‘caipira’ de Ibirarema, interior de São Paulo, e tive como referência para a elaboração do roteiro memórias pessoais e de meus avós, tios e ‘causos’ caipiras resgatados e divulgados pelo apresentador Rolando Boldrin e o violeiro Paulo Freire, que é quem conta a história do compositor Angelino de Oliveira, apresentada no filme, e que na vida real aconteceu quando ele estava indo para Botucatu (SP)”, complementa Mioto, que também teve como referência teórica no processo criativo o trabalho do crítico literário e sociólogo Antonio Candido.

Músicos que atuam – A maioria do elenco é formada por músicos, integrantes do Coletivo Grupo Intermezzo, que atuaram pela primeira vez em um filme. “Foi uma experiência maravilhosa poder participar desse projeto. Também sou de Itaporanga, interior de São Paulo, cidade de origem do compositor Angelino de Oliveira, e aqui falamos de um universo que é comum a todos nós”, comenta o cantor e músico Bruno Bazé, que no filme interpreta o personagem Neisinho. A cantora Thais Regina interpreta a personagem Dercília, esposa de Neisinho, e também ficou encantada com a oportunidade de cantar e atuar: “A gente volta no tempo. Lembro da minha infância quando passava as férias no sítio da minha família. Todo mundo queria comer galinha caipira, que a gente chamava de ‘perna amarela’”, diverte-se. Proponente do projeto, Tânia Vaz, que é musicista e arranjadora, também atuou no filme, dando vida à personagem Maria (esposa do Angelino). “Fui responsável pelos arranjos das canções que apresentamos e gostei muito da experiência de atuar. Dá um friozinho na barriga, mas vale a pena. É mágico poder gravar no museu e, depois de um ano tão difícil, é um alento de esperança conseguirmos realizar este trabalho”, ressalta. A obra contou ainda com as participações especiais dos atores Adriano Gouvella, como o Homem Estranho, Devas Girotto na pele do Projecionista e do também produtor do projeto Álvaro Canholi, que interpreta dois personagens, o Homem de paletó e o Bilheteiro, além do Grupo de Folia de Reis Mensageiros da Paz.

Elenco: Celinho – Angelino / Viola caipira, Tânia Vaz – Maria / Voz e Arranjos, Thais Regina – Dercília / Voz, Bruno Bazé – Neisinho / Voz, Débora Almeida – Moça de vestido / Flauta, Hylea Ferraz – Senhora de cabelos brancos / Voz, Lucas Fiuza – Carregador / Violão, Miguel Santos – Sanfoneiro, Liliam Hasuda – Jogadora de truco / Violoncelo, Mucio Lobato – Jogador de truco / Violino, Álvaro Canholi – Homem de paletó e Bilheteiro, Devas Girotto – Projecionista, Adriano Gouvella – Homem estranho.

Serviço:
Estreia do filme Estação Caipira
Quando: Dia 20/03 (domingo), às 17 horas, na Sala Villa Rica (R. Piauí, 211), em Londrina. A partir do dia 21/03 (segunda-feira), o filme ficará disponível no canal do Museu Histórico de Londrina na plataforma YouTube.
Quanto: Gratuito, com retirada de senhas por ordem de chegada (espaço sujeito à lotação).

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