
Últimos dias para matrículas na Funcart
A Escola Municipal de Dança de Londrina encerra nesta segunda-feira, dia 6, o prazo de...
Todos os dias, o homem deve escolher como gastar os 86.400 segundos disponíveis nas próximas 24 horas. Precisa também carregar sobre ombros o saldo dos anos anteriores e estimar o período necessário aos planos futuros. Dos calendários dependem a experiência e o porvir. Olhando atentamente, talvez não haja no mundo algo que comporte mais significados que a palavra tempo. é o que discute o Ballet Nara Dutra-Companhia Erastos, de Maringá, no espetáculo “Quanto Tempo o Tempo Tem?”, em cartaz nos dias 30 e 31 de maio (sábado e domingo), às 20 horas, no Circo Funcart. Ingressos antecipados estão sendo vendidos na secretaria da Funcart a R$10 e R$5 (meia).
No palco, alternam-se quatro coreografias, estruturadas em dois eixos principais. No primeiro, são tratados aspectos relacionados à circularidade, à repetição e ao caráter infinito do tempo. No segundo, o tema é abordado sob a perspectiva dos ciclos vitais, com ênfase nos processos de gestação, nascimento e primeira infância. Em grande parte, “Quanto Tempo o Tempo Tem?” foi inspirado nos meses iniciais de vida de Lorenzo, segundo filho do coreógrafo Cláudio de Souza. Cláudio é conhecido por ter atuado por quase vinte anos no elenco do Ballet de Londrina.
Na montagem, o espectador vai ouvir sons característicos do útero materno e o ritmo cardíaco do bebê. Início e fim, no entanto, não são equivalentes de fato na apresentação. O fluxo corriqueiro da vida humana é renegado e a morte, fim inevitável de todo tempo individualmente disponível, é tratada não como ponto final, mas como possibilidade de transformação e renascimento. “Eu quase segui pelo caminho do fim, mas preferi um desvio para retratar o renascer, via casulo”, explica Cláudio. Em boa medida, uma metáfora sobre como as horas de cada homem se perpetuam no período de vida de seus descendentes.
As possibilidades de bom aproveitamento do tempo também são parte da montagem, que envereda pela retratação ora tediosa e hedonista da rotina. O quinteto repetição-pausa-silêncio-escuridão-luz pontua boa parte do espetáculo, instigando o público a compreender o tempo sob múltiplas perspectivas sensoriais. A direção da montagem é de Nara Dutra.
O espetáculo estreou em Maringá em 2014, ano em que integrou também a programação artística do Festival de Dança de Londrina.