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“A Solidão é Azul” espetáculo transforma depressão em poesia cênica

quarta, 24 de outubro de 2018
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Espetáculo que mescla expressionismo e butoh para abordar os limites da loucura e as máscaras sociais

“Ela estava só. Com a eternidade à sua frente e atrás dela. O humano é só”. As palavras de Clarice Lispector em Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres poderiam resumir “A Solidão é Azul”, espetáculo que a dançarina Solange Mello, de Londrina, apresenta no Festival de Teatro de Ibiporã (Festibi) nesta quarta-feira, dia 24 de outubro, às 20h30, no Cine-Teatro Pe. José Zanelli, com entrada gratuita. O que se vê no palco em pouco mais de meia hora de dança expressionista é a via-crúcis de uma mulher abandonada aos próprios fantasmas, desde a dor do desamparo até a tentativa de redenção.

“A Solidão é Azul” espetáculo transforma depressão em poesia cênica

Foto: Divulgação

A montagem marca a volta da artista à cena após um longo recesso e um processo de depressão, que transparece na coreografia como dado autobiográfico. A personagem transita por estágios que refletem a solidão das pessoas que sofrem do transtorno psiquiátrico e, principalmente, a incompreensão e a condenação da sociedade. Na trilha sonora, entre notas líricas do piano e momentos de cordas tensionadas, vozes anônimas gritam frases como “desmancha essa cara de louca!”.

Com 55 anos de idade e recuperada da depressão, Solange salienta o desejo e a necessidade de permanecer no palco – “existe algo que dança aqui dentro e que preciso trazer ao mundo”. Também destaca como a maturidade contribui para o tipo de movimento que ela realiza em cena. O caminho que a levou à dança foi ocasional, após ser impedida de realizar outros tipos de atividade física em razão dos tremores provocados por um choque anafilático quando tinha 30 anos. Nesta época, em 1993, começou a fazer balé clássico e jazz com Rosania de Almeida, professora da APAE de Ibiporã, e, mais tarde, descobriu a expressão corporal com Paz Aldunate, que foi quem lhe apresentou também o butoh. Desde então, realizou cursos com importantes nomes como Setsuko Yamada, Yves Lebreton e Yumiko Yoshioka.

O solo “A solidão é azul” estreou em sua versão integral no 16º Festival de Dança de Londrina, no início do mês. Um pequeno trecho de cinco minutos foi exibido no 24º Mercosul em Dança, em setembro, na Argentina, para o qual Solange foi convidada.

Fonte: Divulgação

Serviço:

A solidão é azul
Solange Mello
Em parceria com a Secretaria de Cultura e Turismo de Ibiporã
Dia: 24 de outubro (quarta-feira)
Horário: 20h30
Local: Cine-Teatro Pe. José Zanelli (Av. Dom Pedro II, 368, Ibiporã)
Classificação indicativa: Livre
Entrada gratuita
*Dentro da programação do Festibi – Festival de Teatro de Ibiporã