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A Inteligência Espiritual

segunda, 28 de janeiro de 2013
Categoria: noticia

É cada vez mais comum
encontrarmos pessoas que se dedicam ao trabalho, são reconhecidas como
competentes por seus pares, recebem uma polpuda remuneração e mesmo assim não
se sentem realizadas. Para algumas delas talvez falte cultivarem a chamada
Inteligência Espiritual. Mas, o que isto realmente quer dizer?

Os primeiros testes QI (Quociente
de Inteligência) foram criados pelo francês Alfred Binet e aperfeiçoados pelo
americano Lewis Terman no início do século XX com o propósito de testar as
capacidades verbal e lógico-matemática de crianças em idade escolar, pois tais
habilidades já eram tidas como imprescindíveis para o sucesso acadêmico.

Durante as décadas seguintes
testes desta natureza foram aprimorados e sua adoção chegou às mais diferentes
áreas – mesmo com questionável eficácia – até que Howard Gardner alterasse os
rumos da história com a antológica teoria das Inteligências Múltiplas lançada
em 1985 na qual descreveu, além das capacidades típicas do QI, outras até então
desconhecidas, como a espacial, a musical, a cinestésica, a interpessoal e a
intrapessoal.

Todavia, nos anos seguintes
Gardner não conquistou a atenção do grande público e ainda teve de presenciar o
conterrâneo americano Daniel Goleman ser alçado ao status de guru mundial em
1995 com o best-seller Inteligência Emocional (QE), no qual defendeu que todos
nós precisamos desenvolver o autoconhecimento, a empatia e controlar as emoções
nos relacionamentos com as pessoas. Óbvio ululante hoje, mas um alívio e tanto
para quem tinha dificuldade em matemática e pelo menos vivia rodeado por amigos.

A partir de agora
começaremos a olhar com atenção uma terceira inteligência: a Espiritual (QS).
Estudos científicos conduzidos recentemente revelaram que há uma área no
cérebro chamada “Ponto de Deus”, que é responsável pelas experiências espirituais
e, simultaneamente, por acionar a necessidade do homem em buscar os porquês de
sua vida.

O conceito não tem a ver com o
quanto de devoção e fé em Deus você conta e sim com o seu estado de espírito, a
forma de enxergar as coisas e a maneira de agir frente a elas. É claro que
muitas pessoas com alto nível de Inteligência Espiritual são dotadas de grande
religiosidade, mas aquelas que professam uma fé podem não tê-la como também
alguém que se declara ateu é capaz de desenvolver um respeitável Quociente Espiritual.

Segundo a física e filósofa Danah
Zohar, uma das principais expoentes da teoria, é por meio desta inteligência
que aprendemos a ser flexíveis, a lidar com experiências negativas e a
enfrentar o medo e a dor. Que nos deixamos inspirar por ideias e valores,
questionamos os objetivos a serem alcançados e nos tornamos relutantes em
prejudicar o próximo. Portanto, o QS está relacionado à necessidade humana de
ter senso de finalidade e direção pessoal.

A péssima notícia é que a
Inteligência Espiritual não é valorizada em nossa sociedade moderna. Desde
pequenos somos orientados a pensar a vida de maneira prática e a resolver os
problemas objetiva e rapidamente, relegando a jornada pelo autoconhecimento a
uma esfera inferior quando a mesma poderia facilitar – e muito – a busca por
perguntas e respostas que ajudam a resolver as coisas do dia a dia.

Enquanto isto, a boa notícia é
que se você percebe que não tem dado muita bola para esta dimensão, segundo
Zohar é possível elevar o seu Quociente Espiritual cultivando dez qualidades: a
prática do autoconhecimento, a orientação por valores e ideais, a visão
holística das coisas e a análise das situações num contexto amplo, bem como
suportando os obstáculos de modo maduro, celebrando a diversidade, atuando com
independência, perguntando sempre o “por quê?”, sendo espontâneo e exercitando
compaixão.