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Chantelle Winnie é a cara da Desigual, a fabricante espanhola de roupas coloridas e despojadas. Desde o ano passado ela é a modelo oficial da marca e tem seu rosto estampado nos mais diversos materiais publicitários. Mas por que a beleza da jovem canadense, de sorriso contagiante e corpo cheio de curvas, tem chamado tanto a atenção do mundo? A resposta óbvia está nas manchas brancas em seu rosto e corpo, decorrentes do vitiligo.
A modelo de 20 anos diz que não é uma porta-voz dos portadores da doença, mas querendo ou não, Chantelle se tornou o símbolo da diversidade no mundo da moda. Num universo ditado por uma padrão de beleza pré-definido e irreal – modelos precisam ser magérrimas, ter cabelos impecáveis e não ter a mínima ideia do que estria e celulite são – a canadense afirma para a lente dos fotógrafos que “sou feliz e ser diferente é maravilhoso”.
Lógico que nem sempre foi assim. O vitiligo surgiu quando Chantelle tinha 4 anos. A doença cutânea, que provoca a falta de pigmentação na pele, é crônica. Apesar de não causar qualquer outro problema mais grave, afeta seriamente a autoestima dos portadores. Na adolescência, a modelo sofreu bullying na escola. As manchas brancas de seu corpo foram comparadas a de animais.
Chantelle apareceu para as câmeras de televisão pelo programa americano America’s Next Top Model. Foi a segunda candidata eliminada, mas a partir daí as oportunidades deslancharam. Tornou-se musa do fotógrafo britânico Nick Knight e do designer inglês Ashish. Todavia, é no trabalho com a Desigual que ela consegue levar suas belíssimas cores para os holofotes internacionais.
A marca espanhola não é a primeira, nem será a última a tentar romper a ditadura da passarela. Outros estilistas já fizeram o mesmo no passado. Mais recentemente, a italiana Dolce & Gabbana colocou simpáticas senhoras em suas campanhas.
A americana Carrie Hammer levou para seus desfiles uma modelo em cadeira de rodas e a atriz Jamie Brewer, que tem síndrome de Down e arrasou com sua elegância na New York Fashion Week. A brasileira Lea T e outras manequins transexuais já estamparam capas de revistas icônicas, como Elle, e assinaram contrato com empresas internacionais de cosméticos.
Todos sabem que a passarela é apenas a vitrine do mercado do universo fashion. Nos bastidores, infelizmente, muitas denúncias ainda acusam redes famosas de utilizar trabalho análogo ao escravo e de influenciar de maneira negativa os consumidores com padrões de beleza ilusórios.
Falta ainda, por exemplo, oferecer nas prateleiras tamanhos mais compatíveis com as pessoas normais, não as modelos esquálidas das capas das revistas.
O sopro que Chantelle Winnie e outras modelos “diferentes” trazem para a moda é fazer com que as olhemos de frente – olho no olho. O que muitos de nós aprendeu desde cedo, é que devemos evitar encarar o que nos parece diferente. Alguns pais ensinam aos filhos que não é educado olhar para aqueles que têm problemas: o cadeirante, a criança com Down, a moça com vitiligo.
Eles estão errados. Somos todos diferentes. E iguais. Cada um de nós tem uma particularidade, mas somos todos humanos e devemos ter os mesmos direitos e oportunidades. Devemos estar todos representados seja nas passarelas, como na televisão ou nas ruas. Agora é esperar que mais rostos como o da modelo canadense ganhem destaque e cada vez maior espaço no mundo real.
Fonte: Suzana Camargo/Planeta Sustentável