Concertos de Brandemburgo

A Orquestra Sinfônica da UEL apresenta nesta quinta-feira o 6º concerto da Temporada Ouro Verde exclusivamente voltado aos Concertos de Brandemburgo de Johann Sebastian Bach. Os Concertos de Brandemburgo são um conjunto de 6 concertos grossos, cada um com uma formação instrumental específica, onde interagem instrumentos solistas e pequena orquestra. A OSUEL apresentará os concertos de números 1, 3 e 6 com a condução ao baixo contínuo do Maestro Alessandro Sangiorgi e participação de diversos músicos solistas da própria orquestra.

Os Concertos de Brandemburgo foram escritos entre 1717 e 1720, durante o período em que Bach serviu à corte do Príncipe Leopold de Köthen como diretor musical do Palácio. O Príncipe Leopold, que também era um músico competente, mantinha uma excelente orquestra privada com 17 dos melhores músicos da região e era grande incentivador da produção de música instrumental de Bach. Embora houvesse um bom relacionamento entre Bach e o Príncipe Leopold, acredita-se que Bach tenha dedicado, em 1721, este conjunto (inicialmente intitulado como “Seis Concertos para Diversos Instrumentos”) ao Marquês de Brandemburgo, Christian Ludwig, com o intuito de adquirir um posto na corte – uma espécie de apresentação de currículo. Dois anos antes, o Marquês havia ficado impressionado com o virtuosismo de Bach ao cravo e encomendado a ele algumas obras.

No entanto, os Seis Concertos nunca foram executados em Brandemburgo provavelmente pela limitação técnica dos músicos locais, uma vez que Bach certamente havia se baseado na qualidade dos músicos que possuía em Köthen. Não há registro de que o Marquês tenha sequer agradecido a Bach pelo trabalho. Ele jamais imaginaria que aquele caderno – mais tarde chamado de Concertos de Brandemburgo – se tornaria uma referência da música barroca e ainda teria o poder de mover as pessoas quase três séculos mais tarde. Os trabalhos foram esquecidos na biblioteca do Marquês até sua morte em 1732, quando foram vendidos por poucos centavos. Os concertos só foram descobertos no século XIX, em arquivos diversos de Brandemburgo, sendo publicados em 1850 – cem anos após o falecimento de Bach.