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Universidade desenvolve leite que emagrece

Universidade desenvolve leite que emagrece

quinta, 19 de fevereiro de 2015
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Pesquisadores da Unopar desenvolveram um leite probiótico que promete auxiliar na perda de peso. (Reprodução)

Um copinho de leite por dia, durante 45 dias e no final desse período, três quilos a menos. Parece “receita” de dieta milagrosa mas na verdade esse é o resultado de uma pesquisa de duas professoras do Mestrado de Ciências e Tecnologia de Leite e Derivados da Unopar. Elas produziram um leite probiótico que ajudou pessoas a perder peso.

Giselle Nobre, Cínthia Hoch e a aluna de mestrado Luciana Bernini acabam de concluir um estudo feito a partir de um leite probiótico. “Como nosso foco era na área de saúde, nós produzimos o leite na universidade e avaliamos o efeito dele em um grupo de pacientes com síndrome metabólica”, conta a professora Giselle. O grupo de 51 voluntários, homens e mulheres com idades médias de 35 a 50 anos, apresentava características como a obesidade, diabetes e altas taxas de LDL (colesterol) que são fatores de risco para doenças cardiovasculares. “Nossa ideia era observar quais os efeitos que o produto teria nesses pacientes. Escolhemos a síndrome metabólica por ser uma das grandes preocupações atuais da saúde pública”, conta Luciana. A pesquisa também contou com a colaboração dos professores Isaías Dichi, do Departamento de Clinica Médica, e Andréa Name, do Laboratório de Análises Clínicas, ambos do Hospital Universitário (HU/UEL).

“Ficamos surpresas com o resultado, pois além da diminuição do colesterol, todos os pacientes perderam peso”, destaca a professora. Segundo Luciana, a média de perda de peso foi de 3 quilos por pessoa durante o período de teste. “Eles não tiveram nenhuma mudança nos hábitos alimentares, não fizeram dieta nem qualquer alteração na prática de atividades físicas”, adianta a pesquisadora. “Como o leite que nós produzimos tem apenas esse micro-organismo, o efeito de redução dos fatores de riscos cardiovasculares podem ser relacionados à ingestão do probiótico”, acrescenta Giselle.

A pesquisa teve duração de dois anos. Na última etapa, que testou o produto com os voluntários, foram produzidos mais de 300 litros de leite que eram distribuídos em doses de 80 ml diárias aos participantes do estudo.

“O sabor é muito gostoso”

Dulcineia Alves de Moura, 47 anos, foi uma das voluntárias que participou dos testes. Moradora de Jataizinho, ela foi selecionada por apresentar altas de triglicerídeos e colesterol no organismo. “Meus exames deram resultados muito alterados e eu fiquei feliz de participar da pesquisa pois tinha esperança de melhorar”, conta. Ela criou uma rotina pessoal para não esquecer as doses diárias de leite. “Disseram que eu podia tomar a qualquer hora mas eu me propus a tomar em jejum”, explica. “O sabor é muito gostoso”, acrescenta.

Ao final da experiência, a expectativa de Dulcineia foi atendida: “Os exames mostraram que tanto o triglicérides como o colesterol baixaram bastante e de quebra eu ainda perdi 3 quilos, o que me deixou muito satisfeita”, comenta a paciente. Ela afirma que o mesmo aconteceu com outros voluntários que participaram da pesquisa: “Ninguém fez dieta nem regime; eu continuei comendo normalmente e até tomando minha cervejinha diária e todos perdemos peso”.

A professora Giselle explica que o micro-organismo utilizado na pesquisa é uma linhagem comercial segura por já ter sido testado e aprovado para consumo humano.

A conclusão do estudo, na verdade, cria uma série de novas perguntas e possibilidades, tanto na área médica como para a indústria alimentícia. A aluna Luciana Bernini defendeu dissertação de Mestrado com os resultados da pesquisa.

Kroton Educacional